Como é trabalhar com pessoas de diversos países?

CISV Brasil
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3 min readAug 30, 2021

Desde que me tornei JRep em Junho de 2020, pude ter mais contato com outras esferas do CISV que eu nunca tive antes. Uma dessas esferas é a do Junior Branch internacional que, devido a Pandemia da Covid-19 teve muitos de seus eventos, que aconteciam de maneira presencial, migrando para o ambiente digital. O maior deles, conhecido como IJBC (International Junior Branch Conference), ocorreu online e por isso abriu a porta para jovens do mundo todo participarem. Foram mais de 400 participantes de todas as 3 regiões em que o CISV é dividido — Américas, Europa, Oriente Médio e Norte da África e Ásia Pacífico.

Neste evento, fiz amizade com diversas pessoas em diversos cargos do CISV e do JB (o famoso Networking). Com o passar do tempo, essas amizades proporcionaram convites para participar de eventos e projetos internacionais, e eu, como um bom CISViano raíz, não recuso a oportunidade de aplicar os meus conhecimentos para a organização .

Em Setembro de 2020, fui convidado pelos NJR’S (National Junior Representatives) do Líbano e das Filipinas para participar de um projeto para o dia internacional da paz. Durante o mês tivemos reuniões nos mais diversos horários possíveis para encaixar nas nossas agendas e fuso horários. A fase de criação é sempre a mais fácil e a que temos menos problemas, o bicho pega mesmo quando começamos a transformar as ideias em realidade. Por estarmos lidando com pessoas de 3 lugares completamente diferentes, pensamos e agimos de modo diferentes um do outro, e o modo no qual trabalhamos também é diferente. Demorou um pouco para nos ajustarmos, entendermos a dinâmica, e como deveríamos lidar com as nossas diferenças como um grupo.

Comunicação é sempre a principal dificuldade quando se trata de trabalhar com pessoas de culturas diferentes da nossa. Não sabemos onde podemos cruzar a linha na hora de dar feedbacks, a hora certa para dar ideias e sugerir ajustes. A barreira linguística é o maior motivo de desentendimento e ruídos de comunicação. Usamos sempre o inglês para comunicação internacional dentro do CISV, salvo situações muito específicas, e cada indivíduo tem um nível de proficiência na língua diferente, o que colabora para desentendimentos na hora de formar frases e na escolha de palavras.

Há um lado extremamente positivo também. Além das amizades que eu fiz trabalhando internacionalmente dentro do JB, conhecer um pouco mais das pessoas com quem tive contato, além do individual, é conhecer o que faz ela pertencer a determinada cultura e país é muito enriquecedor. Entender o porquê dela pensar assim, falar assim, viver assim e muito mais. A cultura dela, hoje em dia, é ligada à história do país dela e eu acho incrível como eventos do passado contribuíram para a construção de algo incrível como a cultura de um país inteiro. Com certeza a parte mais divertida é descobrir similaridades dentro das nossas diferenças e como mesmo pertencendo a realidades diferentes as nossas individualidades se conectam de alguma forma. Essa é a beleza que contribuir para a esfera internacional do Junior Branch me proporcionou e continua me proporcionando. O meu crescimento como cidadão do mundo, grande parte devo agradecer ao CISV e ao JB.

Glossário:

Junior Branch (JB) — núcleo júnior do CISV que realiza atividades ao longo do ano para a comunidade de pessoas associadas;

JRep — representante júnior local

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O CISV é uma organização internacional que educa e inspira ações para um mundo mais justo e pacífico.