Pássaro Tonto (1934), de Júlia Lopes de Almeida: Edição atualizada, com introdução e notas

Juliana
Clássicxs Sem Classe
2 min readDec 2, 2021

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Júlia Lopes de Almeida (1862–1934) foi uma das primeiras romancistas brasileiras e alcançou grande êxito entre os críticos literários e o público de sua época. O escritor Aluísio de Azevedo a chamou de “Charlotte Brontë brasileira”.

Ela também foi uma das primeiras mulheres brasileiras a escrever para jornais, e colaborou, entre outros, com a Tribuna Liberal, A Semana, O País, Gazeta de Notícias, Jornal do Comércio, O Estado de S. Paulo, e Ilustração Brasileira, nos quais discutiu temas variados, condenou a desigualdade da justiça brasileira, e defendeu o republicanismo, a causa abolicionista, a educação das mulheres e o direito ao divórcio.

Por ser mulher, Julia foi impedida de ingressar na ABL, fundada em 1897. Seu nome constava da primeira lista dos 40 “imortais” que fundariam a entidade, elaborada por Lúcio de Mendonça. Na primeira reunião da ABL, porém, seu nome foi excluído. Os fundadores optaram por manter a Academia exclusivamente masculina, e, no lugar de Júlia, colocaram seu marido, Filinto de Almeida.

A partir de 1925, Júlia fixou residência por seis anos em Paris, onde alguns de seus textos são traduzidos e publicados. Nesse período, ela trabalhou na redação do que viria a ser seu último romance, Pássaro tonto, ambientado em Paris, e apenas publicado postumamente.

Em Pássaro tonto (1934), três histórias nos são narradas a um só tempo: a representação das agruras de um estado policial marcado pela perseguição política e pela censura; o indiciamento de uma sociedade em pleno processo de degradação moral; e, por fim, o despontar de um novo horizonte de possibilidades em meio a tal degradação. Como fios entrelaçados, essas três histórias refletem uma à outra, e formam um só tecido: um documento da época.

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