Coroamento de Kʼinich Janaabʼ Pakal

Hoje na História, 29 de Julho de 615

No dia 29 de Julho de 615, aos 12 anos de idade, K’inich Janaab’ Pakal era coroado como ajaw, título equivalente ao de rei porém também carregado de sentido religioso, da cidade-estado maia Palenque. Conhecido como Pacal, Pacal, o Grande, 8 Ahau e Escudo do Sol, Pakal reinou por 68 anos, considerado, até a data dessa publicação, o quarto mais longevo reinado de um estado soberano que se tenha registro. Responsável pela produção de algumas das mais belas e rebuscadas obras do período Clássico da civilização maia, como por exemplo a expansão do Palácio de Palenque. Pakal morreu em agosto de 683, sendo enterrado em um sarcófago colossal na maior pirâmide escalonada de Palenque conhecida como Bʼolon Yej Teʼ Naah (Casa das Nove Lanças Afiadas, em tradução livre do idioma maia clássico), também conhecido como Templo das Inscrições, quando da descoberta da tumba de Pakal seu esqueleto ainda estava repousando no caixão, assim como ainda estava utilizando uma máscara de jade, diversas esculturas o circundava, além da presença de pigmentação, evidência ritualística da transição do corpo físico para um representação divina do rei de Palenque. Seu sarcófago tem despertado interesse nos mais diversos arqueólogos e estudiosos das civilizações pré-colombianas, como também de pseudos cientistas que acreditam na hipótese absurda publicada por Erich Von Däniken em seu best-seller Eram Deuses os Astronautas?, de 1968, onde o escritor expõe uma ideia amalucada de que Pakal, na verdade, seria um enviado das estrelas e presente em tempos imemoriais para elevar a condição humana e então partiu em sua nave de volta para o espaço. Tudo isso baseado em uma aproximação absurda entre os grifos presentes na tumba de Pakal e a forma no qual os astronautas do projeto Mercury tomavam seus postos em suas espaçonaves. Um absurdo heurístico enorme e uma inversão completa do método científico, que infelizmente tem grande espaço e penetração na mídia e na cultura de massa causando impactos profundos no entendimento sobre a civilização maia, além de conter uma alta dose racista desses supostos “teóricos”. Em suma, um delírio total e completo.

Na imagem desenho esculpido na tampa do túmulo de K’inich Janaab Pakal I no Templo das Inscrições

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