03Março22
Carta para mim mesma…
Minha querida Gislaine,
Este ano eu desejo a verdade, mas não a verdade de qualquer um, mas sim a sua verdade;
Desejo que você expanda e não encolha diante da gigantesca possibilidade da escrita;
Desejo que você escreva com a leveza, imaginação, sentimento e profundidade de uma criança criando suas histórias;
Desejo que você sorria e ria sem julgamento; escreva, apague, amasse, que ache graça e beleza no ordinário; que não espere pelo extraordinário — o que toca o outro não está neste lugar;
Desejo que você acredite no seu coração, no seu trabalho e na conexão primeiro com a sua escrita e depois com o outro;
Desejo que você conecte o outro com o que você acredita, com o que você pensa;
Desejo que você e o seu pai, escrevam histórias sobre o cotidiano, pois ele vem vivendo esse cotidiano há 82 anos. O maior receio dele, é que este cotidiano acabe junto com ele sem deixar registros.
Que a sua voz se materialize através da escrita.
Que você tente, erre, acerte, guarde, publique, mas que você transborde e escreva o que te sobra;
E finalmente que você escreva seu livro, pois esta é uma forma das pessoas te conhecerem por dentro.
Eu desejo o seu encontro com você escritora.
Gislaine Aidar Trindade
03/03/2022