A extinção do medo

Erika Kohler
Clube da Escrita Afetuosa
2 min readFeb 24, 2022

O coração bate mais forte. Por vezes, meio descompassado até. O peito aperta e a respiração acelera. Os olhos marejados, embaçam. O sorriso afrouxa. O arrepio vai da cabeça até a ponta dos pés. As emoções afloram. O choro e a alegria se fundem formando um só sentimento. Tudo ao mesmo tempo agora ou cada coisa em uma hora. Mas em todo momento, as sensações povoam a mente, desde o acordar até o anoitecer.

O medo faz isso com a gente. Confunde, domina, paralisa. Tira a confiança e muda o nosso foco para outros lugares. Faz pesar a opinião do outro; apodera-se da segurança do próximo passo; reprime a liberdade. Num instante a gente acha que consegue. Segundos depois, tudo desmorona. E quando nos damos conta desse momento, a vontade é de sair correndo, sem olhar pra trás e sumir.

No processo de escrita isso também acontece. A angústia ao ver uma folha em branco é muito real. Aquela imensidão de possibilidades que habita o vazio de uma página, uma tela em branco para a criação, em instantes pode se tornar o terror do escritor. O silêncio entorpece e as palavras simplesmente fogem. O pânico domina e pronto! O caos mental se instaurou.

Mesmo com tudo isso acontecendo ao nosso redor, o melhor é descobrir que aquele lugar não nos pertence. A escrita é uma arte. E se a cada dia mergulharmos com tudo e nos atrevermos a seguir e a não parar de escrever, a leveza, a liberdade, a criatividade e a imaginação vão fazer morada e o medo certamente vai entrar em extinção.

#01Fev22

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