Aprendendo… e vivendo!

#004 — Maio

No final do século XX o desenvolvimento tecnológico acelerou e veio pra ficar.

Assim como a minha mãe, acredito que a sua também (se ela for uma senhorinha acima de 70 anos… rs), resistiu o quanto pode ao mundo cheio de encanto e facilidades que a tecnologia nos oferece.

Primeiro veio um olhar desconfiado. Depois uma postura de negação. Disse não se sentir capaz para “o novo”.

Mas se despertássemos nela algum motivo para se interessar em aprender, traríamos para o seu universo, além de novas sensações e sentimentos, uma expansão de fronteiras (literalmente).

Ok. Vamos providenciar um aparelho.

E o celular chegou!

Tocou no aparelho.

- Que estranho!

Passado o momento de apresentação, gradativamente aprendeu a fazer e receber chamadas. Porém, queríamos dar a ela uma janela com paisagens mais longínquas.

- Mãe, vamos avançar?

- Como assim?

- A senhora sabe que, com esse aparelho podemos ver a pessoa com quem estamos falando?

- Posso ver quem eu quiser?

- Sim!

- Até em Portugal?

- O mundo está na palma da sua mão! Pega ele aí… Pegou?

- Sim.

- Clica na bolinha verde que tem o desenho de um fone e se chama whatsapp. Clicou?

- Espera, estou procurando. Achei!

- Agora escolhe um contato e, como se fosse enviar uma mensagem escrita, clica para abrir.

- Mas vou poder ver a pessoa?

- Vai sim!

- Então vou escolher alguém de muito longe e que sinto muitas saudades. Meu sobrinho em Portugal.

- Agora, na parte superior direita tem o desenho de uma filmadora. Aperte nesse desenho.

- Pronto.

Está chamando!!

Atendeu!

Oi Nelo, meu querido sobrinho. Agora posso te ver! Agora posso ver quem eu quiser.

E chorando sentiu que a vida tomava, naquele momento, outra dimensão.

Abraço fraterno,

Beth Morais