Partida

Estar com ela nos últimos dias de sua vida era doloroso. Vê-la se definhando cada dia um pouquinho, em movimentos lentos era contrário à minha mãe…

Sonho interrompido

Cheguei em casa e tomei um banho demorado. O choro fazia um eco junto com a água que deixava cair por todo corpo encolhido…

Olhos verdes

Falar sobre mim não me é desconfortável. Principalmente por meio da escrita. É um caminho seguro. Agora, falar sobre mim para os outros. Isso sim pode ser bem desafiador. A escrita é uma janela que abro, vez ou outra, para respirar. Para ventilar as minhas dores. A maior delas tem sido lidar com a sua partida!

O encontro com o real

É, Chris, você tem um tumor…

Apesar da clareza da frase, eu precisava de uma outra palavra, aquela mais dura e assustadora. Eu tenho câncer? A resposta afirmativa do outro lado fez abrir o chão embaixo de mim. Eu fui caindo lentamente, sem pressa, sem obstáculos…

Fedegoso

Em 1954 meu pai comprou um sitio em Mairiporã, uma cidadezinha perto de São Paulo. Não havia acesso bom para lá, era uma estradinha com um…

Despedida

É dia de novo. Recantos levemente tintos da aurora.

Mais uma vez as regras invisíveis foram quebradas. E eu, esvaziada de sentidos, visto histórias antigas e começo o dia me aproveitando de um deleitoso silêncio. Que dura pouco. Menos que um bocejo seu.

Sem

Nãoooo.

Não quero acordar não quero abrir os olhos não quero iniciar mais um dia não quero sentir não quero mais esse buraco…

Fim.

A água tem memória. Não literalmente, como na fantasia do filme Frozen 2, mas metaforicamente, como no ciclo da vida.

Quando me esqueci que somos mortais

O cotidiano está cheio de coisas que nos recordam sobre a finitude da vida. Cheio de fatalidades e tragédias, como a notícia de uma morte repentina, num acidente de carro, por exemplo. Ou a queda de um avião. Ou aquele ciclista que saiu de casa para pedalar e, sem…

Uma decisão e um oceano

Sabe qual é a distância entre Belo Horizonte e Lisboa? Eu sei. 7456 quilômetros. Ou 12 horas e meia, aproximadamente…