Dose de esperança
A agulha era fina e a mão que a aplicou leve. Antes de fechar os olhos com receio da dor, ela me mostrou a vacina, a marca, a validade. Olhei pro lado, levantei o celular e fiz uma selfie do momento tão esperado.
A dor que eu esperava da agulhada não veio, mas o alívio foi imediato.
A sensação era de estar sendo erguida pelas mãos, puxada não das profundezas do oceano, mas da beirada da praia, onde apesar de quase estar chegando à terra firme eu me afogava.
Nos últimos meses, o medo que tomou conta de mim era proporcional ao avanço do termino do inventário do meu companheiro. Depois de 10 longos anos finalmente aquela demanda estava prestes a chegar ao fim e eu acreditava que o vírus iria me impedir de usufruir daquilo que fui obrigada a requerer para ter o direito.
Todas a noites eu agradecia por mais um dia de vida e pedia a Deus para sobreviver para que os anos de peleja, dor e agonia não tivessem sido em vão. O pensamento constante era que eu morreria na praia.
O que recebi foi uma dose de vacina e de esperança.
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Dose de esperança
A agulha era fina e a mão que injetou a vacina leve. A dor não veio e o medo de não sobreviver ao fim do inventário que estava chegando foi aliviado à medida que a injeção era aplicada. Sensação era de estar sendo salva de um afogamento. Eu não morreria na praia sem poder usufruir daquilo que fui obrigada a requerer para ter o direito.
O que recebi foi uma dose de vacina e de esperança.
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Dose de esperança
Recebi uma dose de vacina e de esperança.