Entre a luz e a escuridão

Luisa Kalil
Clube da Escrita Afetuosa
1 min readJun 19, 2021

Entrei na Galeria dos Espelhos e fiquei sem saber para onde olhar. “O Palácio de Versalhes é todo assim, um festival de excessos”, me avisaram. A singela moradia do Rei Sol era a definição perfeita do que alguns poderiam declarar como um verdadeiro “desbunde”.

Entre inúmeros cômodos, jardins e estátuas, a Galeria dos Espelhos chamou minha atenção pela quantidade de luz: cegava. E o efeito não poderia ser outro mesmo, afinal, 17 grandes janelas permitem que a luz do dia seja refletida em um total de 357 espelhos. Realmente, um desbunde.

Fiquei ali sem saber o que pensar, sem saber a que conclusão chegar. Sim, um local histórico, lindíssimo, mas o que aquele excesso todo realmente tinha a dizer? Voltei para casa refletindo sobre isso, sobre os excessos da vida.

Qual o limite entre o que vale ser medido e o que podemos deixar transbordar? Será que existe uma resposta correta? Não enxergar por conta do excesso de luz me fez pensar sobre a importância de saber enxergar na escuridão. E sob hipótese alguma, deixar de brilhar.

Desafio #003jun

Imagem escolhida: Ney Matogrosso

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