Eu escolho amar.

Mariana Azevêdo
Clube da Escrita Afetuosa
2 min readMar 30, 2022
Acervo pessoal. Foto: Camilla Bandeira.

Não acredito no amor como sentimento.

Talvez possa assim ser o inicial, recém derivado da paixão, mas não aquele que fica.

O amor que permanece não é mágica ou encantamento. É escolha.

Escolho amar.

E olhar para você, não por obrigação imposta, mas com o zelo e o cuidado de quem enxerga nessa inclinação o caminho para o céu.

Escolho amar.

E apurar olhar e escuta para os sutis gestos de amor (como percorrer 16 km para almoçarmos juntos todos os dias) enquanto turvo os incômodos da convivência (como a teimosia em usar a minha toalha que está sempre encharcada).

Escolho amar.

E sempre que o maravilhamento com a vida me arrebatar, desejo compartilhá-lo com você e multiplicá-lo no espaço entre nós.

Escolho amar.

E falar baixinho a todos que estão descrentes que vale a pena, que as relações são resultado de quanto nos dedicamos a elas.

Escolho amar.

E misturar os nossos sentimentos ao rir o seu contentamento e chorar o seu pranto, amalgamando nossos corações com uma força que não conhece medidas.

Escolho amar.

E assim escolho viver o agora com você.

Sem antecipar os sofrimentos que virão.

Por que quando inevitavelmente eles chegarem

Como a morte ou a solidão

Nosso amor estará consumado

E infinito será

Por escolha

Não por acaso.

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Mariana Azevêdo
Clube da Escrita Afetuosa

A chegada do meu filho mudou tudo. Junto com ele, me gestei, me pari. Percebi que, pelas palavras, o mágico me toca. Me compreendo. Me preencho. Transbordo.