Eu escolho amar.
Não acredito no amor como sentimento.
Talvez possa assim ser o inicial, recém derivado da paixão, mas não aquele que fica.
O amor que permanece não é mágica ou encantamento. É escolha.
Escolho amar.
E olhar para você, não por obrigação imposta, mas com o zelo e o cuidado de quem enxerga nessa inclinação o caminho para o céu.
Escolho amar.
E apurar olhar e escuta para os sutis gestos de amor (como percorrer 16 km para almoçarmos juntos todos os dias) enquanto turvo os incômodos da convivência (como a teimosia em usar a minha toalha que está sempre encharcada).
Escolho amar.
E sempre que o maravilhamento com a vida me arrebatar, desejo compartilhá-lo com você e multiplicá-lo no espaço entre nós.
Escolho amar.
E falar baixinho a todos que estão descrentes que vale a pena, que as relações são resultado de quanto nos dedicamos a elas.
Escolho amar.
E misturar os nossos sentimentos ao rir o seu contentamento e chorar o seu pranto, amalgamando nossos corações com uma força que não conhece medidas.
Escolho amar.
E assim escolho viver o agora com você.
Sem antecipar os sofrimentos que virão.
Por que quando inevitavelmente eles chegarem
Como a morte ou a solidão
Nosso amor estará consumado
E infinito será
Por escolha
Não por acaso.