Ladra de manga

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Você roubando manga do pé

Tão certinha que é

Foi impossível resistir fotografar

O único crime que te vi participar.

Te mostrei o retrato e odiou

“Estou velha”, disse, e desviou

Mas para mim foi impossível “desver”

A vida agindo em você.

A voz mais rouca e as linhas no semblante

Me lembram que o tempo não será o bastante.

Mas para além do medo que tenho de te perder

Vi uma beleza nascer.

Baba Yaga te sopra as brigas que valem lutar

As ervas que planta sabem curar

Não tem mais vergonha de dançar

E foi a primeira vez que te vi pintar.

O mundo nunca permitiu que cuidasse de si

Como cuida do seu jardim.

Então, quando te vi florir

Estava mais perto daquilo que verdadeiramente é:

Feliz.

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Natália Figueiredo
Clube da Escrita Afetuosa

Da tentativa de achar a palavra certa e nunca encontrar, nascem meus textos | insta: @nataliafig