Minha vida colorida
Capricorniana, nascida em 24 de dezembro, sempre acreditei ser um ‘presente de Natal’. Gosto de me sentir presente. Sou a primeira de quatro filhas. Filha mais velha, jamais. Sempre, a primeira. Tive infância sem folga, porém colorida. Com direito a brincadeira na rua, cachoeira limpa, fruta madura no pé, filha e sobrinha de professoras, afilhada de escritora. Fui adolescente empolgada, estudiosa, ativista, porém medrosa. Vivi uma efervescência cultural envolta por João Guimarães Rosa, Vilma Guimarães, Adélia Prado, Adagmar Lima, Neusa Sorrenti, Festivais Culturais, Grêmios Recreativos, Concursos de Poesia, Desfiles de Sete de Setembro e Teatro. Fui muito jovem pra faculdade, com 16 anos passei no vestibular. Aprendi a ser gente, acabei com a timidez fazendo teatro universitário e vivi muito o que há pra viver. Voltei pra capital e comecei a vida de adulta. Sem o papai. Com a mamãe. Ajudando a criar as irmãs. A escrita essência foi ficando de lado e se transformando em textos tradicionais, em textos de trabalho, em apresentações, em projetos, dissertações acadêmicas, com louvor, mas sem cadência.
Eu sou pessoa que gosta de contar histórias, cheeeeeeias de detalhes. Gosto de livro de papel. Gosto de brilho, de gente autêntica, de cheiro de terra, de sol quente e chuva fina, gosto de praia e de cachoeira, de lavar a alma, de olho no olho, de abracinho apertado, de risada folgada, de vinho com amigos.
Dia desses estava fazendo um curso desses que a gente tem que fazer e a profi pediu pra mandar a seguinte pergunta para três pessoas: ‘O que você acha que eu tenho de especial?’ Um amigo me respondeu: Carisma, entusiasmo, euforia, jubilação, energia, iluminação, inspiração, garra, comprometimento e muita vontade de fazer, além de um grande compromisso com a entrega. A outra respondeu: dinamismo e relacionamento interpessoal e a terceira respondeu: descolada, criativa e engraçada. Achei meio muito. Mas fiquei pensando que talvez fosse verdade. A gente é assim mesmo né?! Acha sempre que é menos do que os outros nos vê. E às vezes a gente é. Simplesmente é. Ou não!
Tenho sim uma vida colorida. Várias nuances. Cores escuras, cores claras, tons pasteis… Na escrita minha carreira de escritora engatinha a passos largos. Mas tenho muito o que aprender ainda, nessa nada mole vida de escritora. E enquanto eu aprendo vou fazendo, vou vivendo, vou escrevendo…
