Os 3 livros que li e resenha

Gislaine Aidar Trindade
Clube da Escrita Afetuosa
2 min readFeb 24, 2022

24 Fevereiro 2022

A menina que roubava livros: o que eu mais gostei neste livro foi a forma leve e cuidadosa que a morte se comunicava com o leitor. Nunca havia pensado na morte desta forma.

Comecei a ler o livro no mesmo instante em que minha irmã contraiu a síndrome Guillain-Barré, doença autoimune transmitida pelo Zica vírus.

A paralisação total dos órgãos aconteceu em cinco dias. Tudo muito rápido, e em meio a tudo isso, descobrimos uma forma de nos comunicar somente pelo olhar. Um desafio para duas pessoas falantes.

Bom, mas o que o livro tem a ver com isso? Na narrativa do autor, a morte vira um personagem, que não tem rosto, corpo, identidade. Ele só é, e isso basta.

O menino de pijama: gostei do livro porque fiz uma leitura conjunta com o meu filho. O livro foi uma indicação da escola e ele simplesmente “empacou”. A estratégia que eu encontrei para estimulá-lo a ler foi: eu lia um capítulo e aguçava a curiosidade dele. Começava o assunto na hora das refeições e nunca terminava. Ele leu o livro e falamos muito sobre o contexto depois: como ponto de vista; o que mais gostou; o que não gostou. Foi uma forma de conexão entre nós.

O caminho da escrita: adorei o livro, pois estava precisando de uma pausa para me encontrar comigo em meio à pandemia. O livro me trouxe isso — uma reaproximação comigo e com o que eu gosto de fazer. Me redescobri e descobri durante 12 semanas.

Último livro — A pediatra: o livro me deixou inquieta, ainda não sei se gostei ou não gostei. O papel profissional tem e sempre teve um espaço muito grande na minha vida e nas minhas referências. Somos uma família de “fazedores”.

Vamos à resenha: uma pediatra exerce a profissão não por vocação, mas, simplesmente por seguir os passos do pai. Uma profissional de protocolo e não de paixão pelo que faz.

Não há vínculo com quase nenhum paciente, a não ser com o filho de seu amante, que ela ajudou vir ao mundo.

Com relações afetivas confusas, ela não entende seu papel em meio aos conflitos relacionamento do seu amante.

Entre idas e vindas, entre posse e usucapião da família alheia, ela se divide entre ser uma profissional com um protocolo a seguir e uma mulher em busca da felicidade. Médica sem paixão pelo que faz, sem paixão por seus pacientes, porém, com uma necessidade intensa de viver um amor.

Os limites são um problema para ela, haja visto, a relação com o ex-marido, com a empregada e com sua mãe e seu pai.

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