Três histórias para guardar na memória!

Adriana fernandes
Clube da Escrita Afetuosa
4 min readFeb 27, 2022

02/fev/22

É interessante como a história de um livro pode ficar guardada para sempre na nossa memória. Ao pensar sobre quais livros deveria citar para fazer o exercício proposto no desafio dois, logo me veio a memória, dois livros que li quando tinha quatorze anos.

O período da escola entre a primeira série e a oitava série, foi a época que mais gostei de estudar. Acredito que devido ter feito muita coisa bacana nessa época.

Pensar nesses livros e trazer á memória suas histórias, me deu uma saudade imensa dessa época.

Dos livros que li até aqui alguns sem dúvida marcaram minha vida, principalmente minha adolescência, entre eles estão:

Meninos sem pátria (Luiz Puntel)

O primeiro que li no colégio foi o (Meninos sem pátria) que traz a questão do exílio durante o tempo da ditadura aqui no Brasil.

Li esse livro quando tinha quatorze anos, e por mais que fosse uma história fictícia, era baseada em uma história real e que muitos brasileiros vivenciaram.

Os sentimentos de saudade, as experiências em uma nova pátria vivenciada pelos personagens foi o que mais me tocou. Fiquei a imaginar como seria se eu tivesse que passar por uma experiência semelhante.

Ao ler esse livro senti muita compaixão e empatia pelos personagens. Lembro-me que dava vontade de abraça-los, confortá-los. Ao ler o livro, a gente vivencia vários tipos de emoções. Acabamos nos envolvendo na narrativa.

Lembro-me que fiquei indignada pelo fato das pessoas terem que deixar o próprio país apenas por expressarem sua opinião, por não concordarem com o que era imposto pelo governo.

Meninos sem pátria me ensinou sobre a importância de lutar por aquilo que se acredita.

O Estudante (Adelaide Carraro)

O estudante também foi um livro que gostei muito de ler. Sentia-me envolvida com a narrativa e ficava curiosa de como seria o desfecho daquela história.

É um livro que também mexe com as nossas emoções em todos os sentidos. O estudante fala da história de um menino chamado Renato que acaba sendo viciado em drogas por um colega de escola.

Durante a leitura fui envolvida por sentimentos de tristeza e raiva porque não conseguia entender como uma pessoa poderia fazer algo para prejudicar a vida de outra pessoa. Fiquei pensando em como aquele “amigo” foi cruel e desumano.

Apesar de ser um livro muito triste, serve de alerta para pais e filhos, pois mostra que o perigo pode estar em qualquer parte.

Li esse livro quando cursava a oitava série. Foi uma sugestão da professora de português. Lembro-me que o livro empolgou bastante à turma e conversamos muito sobre o assunto.

A educação dos sentidos (Rubem Alves)

A educação dos sentidos é um livro que li na minha fase adulta. É um livro que considero apaixonante.

Primeiro porque a maneira como Rubem Alves escreve já nos dá a impressão de que o mesmo está em uma sala de estar batendo um papo com a gente. Segundo, a maneira como ele escreve suas crônicas é totalmente poético, o que eu gosto muito, e terceiro, é que ele se expressa de maneira simples, mas com profundidade.

Suas palavras penetram nossa intimidade. Nos toca e nos convida a olhar a vida por um novo ângulo.

Com Rubem Alves aprendemos que podemos falar de coisas sérias até mesmo brincando, e ele faz isso muito bem através da poesia e da simplicidade.

A pediatra (Andréa Del Fuego)

Resenha:

O livro a Pediatra relata a história de Cecília, uma médica que apesar de ter escolhido como profissão cuidar de pessoas, não tinha nenhuma afeição por crianças, muito menos por seus pais.

Sua relação com seus pacientes era estritamente formal. Dá a impressão de que ao estabelecer esse distanciamento, Cecília se protegia de algo.

A história se inicia com a personagem vivenciando um turbilhão de sentimentos. Tinha que lidar com um casamento que não ia nada bem, ao mesmo tempo, em que si via em um relacionamento extraconjugal.

O livro é bastante interessante. É aquele tipo de leitura que não te deixa largar o livro enquanto não ver o final.

Outro ponto interessante é que, o livro narrado em primeira pessoa pela protagonista tem um ritmo acelerado que dá a impressão de traduzir a própria vida de Cecília. As urgências no hospital e no consultório, as visitas rápidas á família, os encontros com o amante.

Tudo na vida de Cecília era muito corrido. tudo com hora marcada. o que me fez pensar um pouco no coelho de Alice no país das Maravilhas, e também, é claro, na realidade das demandas que o nosso próprio ritmo de vida nos impõe constantemente.

Outro ponto interessante é o conflito psicológico que a personagem vivencia. Ao mesmo tempo, em que se culpa, parece que tal sentimento dura por pouco tempo, e Cecília logo encontra um jeito de justificar sua atitude.

O livro apesar de ter uma narrativa simples, sem grandes surpresas, mostra a vida real com seu lado luz e sombra.

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