Um sonho de intercâmbio.
Fazia nem um mês que Olivia tinha chegado em Gold Coast- Austrália, para realizar seu grande sonho de fazer um intercâmbio e estudar inglês em outro país quando se viu repleta de boas companhias e grandes aventuras vividas.
Já em sua primeira semana, fez amizades com pessoas de diferentes nacionalidades do mundo, e de cara se interessou por um frânces charmoso.
Porém, se viu diante de uma linda amizade com um garoto suíço, que para sua grande surpresa também falava frânces. Um fato curioso, que ela só soube tendo essa troca cultural, e vivendo essa experiência, é que na Suíça há 4 línguas nacionais faladas. O alemão, o frânces, o italiano, e o romanche. E ela conheceu 4 suíços que falavam cada uma das línguas citadas acima, e moravam em cidades e extremos diferentes do país, e um deles, claro, o que falava frânces, era Fredéric.
Foi uma aproximação natural, uma conexão quase que imediata, era muito fácil gostar do Fred, ele era gentil, engraçado, bonito e educado. Eles não estudavam na mesma sala, e nem tinham aulas extras em comum, mas tinham o mesmo destino. Ambos moravam em Southport, um bairro um pouco mais afastado do centro de Surfers Paradise onde ficava a escola, e digamos que mais barato. E para irem embora, era preciso pegar o train.
E foi ali que tudo começou, eles começaram a ir embora juntos todos os dias.
Numa tarde passeando por Surfers Paradise, eles passaram em frente ao Ben & Jerry’s (uma marca americana de sorvetes) e marcaram de se encontrarem a noite para tomarem um sorvete. It’s a date!(?).
Olivia, uma pessoa intensa por natureza, que se apaixonava facilmente, e tinha uma longa lista de paixões não correspondidas, e além disso, duas experiências, onde acabou se apaixonando por dois de seus amigos anteriormente, se viu ali, naquela situação, com sentimentos conflitantes.
Era um encontro, ou não era?
Ela preferiu naquele momento não se iludir… Porém, colocou o seu mais novo vestido, que havia acabado de comprar, e passou o seu perfume preferido, mas, em sua cabeça passava a seguinte mensagem: “Não é um encontro!”.
…
Era uma noite de lua cheia, eles se encontraram na estação do train, ela sempre pontual, estava lá no horário que haviam marcado, e para sua grande surpresa, e alegria, ele também chegou, pontual. Suíço, né?!
Fred estava com uma roupa de dia a dia, e de chinelo. A simplicidade em pessoa. Olivia pensou: “Definitivamente não é um encontro!”.
Foram para Surfers Paradise, tomaram o sorvete, sentaram-se num dos bancos que tinha perto do arco com o nome do bairro, e conversaram por um tempo, quando decidiram irem embora, a pé.
Olivia disse sim sem nem pensar duas vezes, e talvez essa foi uma das decisões mais arriscadas que tomou em todo o seu intercâmbio, afinal, ela o conhecia não fazia nem um mês, e voltaria sozinha com ele, mas tal pensamento nem passou por sua inocente cabeça. Apesar de que, também poderia ter um pouco daquela confiança no universo. “Estou vivendo o meu sonho, tudo vai dar certo!”. Um pouco perigoso, mas ela confiou.
Durante a caminhada, conversaram sobre a escola, sobre o fato dela estar de tênis e ele de chinelo, e a loucura que foi decidirem ir a pé, daria o que? 1 hora?!
Em algum ponto, acabaram chegando numa ponte. Como se fosse num filme de comédia romântica que Olivia tanto gostava, havia parecido que eles tinham sido colocados ali, pois Olivia não fazia a mínima ideia de como chegaram lá, e ela tinha mapeado em sua mente, todos os lugares que já havia caminhado pela cidade em suas andanças, e não reconhecia aquele lugar.
A lua cheia refletia na água, assim como todos os prédios, com suas luzes acessas, era de uma beleza de tirar o fôlego.
E então, o silêncio.
Atravessaram aquela ponte quietos, apenas admirando o que viam, e simplesmente vivendo aquele momento. Nada precisava ser dito. Apenas sentido.
Foi um dos silêncios mais confortável e mágico que Olivia havia presenciado em toda a sua vida. Ela estava ali, vivendo o seu maior sonho, diante de uma lua cheia, e a beleza mágica que só Gold Coast poderia lhe proporcionar no momento, e de quebra, com a companhia de um garoto legal, bonito, gentil e engraçado, e que havia se tornado um amigo especial.
A caminhada de fato havia levado 1 hora, suas colegas de apartamento já preocupadas com seu paradeiro, ao se depararem com a felicidade estampada no rosto de Olivia, que parecia ter vindo flutuando para casa, quiseram saber o que ela havia feito, e como tinha sido o tal “encontro”.
Mas Olivia estava ali, apenas sentido. Sem saber por onde começar, ou o que dizer. Estava absorta por sentimentos de gratidão, magia, e por que não, paixão.
Clube da escrita: Desafio 1/ Abril22