Brasiliense cria máscara inteligente para evitar o contágio da Covid-19

Dorivândia Ribeiro
Clube de Realizadores
3 min readSep 3, 2021

É incrível a capacidade do brasileiro de inovar e ser criativo quando o assunto é ajudar. Você já parou para observar?

Pensando uma maneira de contribuir na prevenção do contágio do novo coronavírus, o engenheiro eletricista Orlan Almeida, de Brasília, criou uma máscara inteligente, capaz de sinalizar quando uma pessoa está muito perto da outra, descumprindo a recomendação de distanciamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), de pelo menos 1,5m.

A máscara avisa por meio de luzes tipo led quando o usuário ultrapassa a distância recomendada. É algo bem simples, mas que ajudará a educar as pessoas quanto aos cuidados para evitar o contato físico.

Segundo Orlan, a ideia surgiu em uma conversa com uma amiga designer de moda. Eles discutiam sobre como seria a volta às aulas para as crianças após a quarentena, uma vez que, por mais que houvesse boa vontade dos supervisores escolares para manter o afastamento social, que ainda será necessário por um tempo, elas precisariam de algum mecanismo que as ajudasse a cumprir as recomendações de segurança.

“Foi então que começamos a discutir uma ideia: porque não criar uma máscara inteligente, algo capaz de sinalizar a outra pessoa que ela está muito perto. A medida que falávamos mais e mais sobre isso, percebemos que não só escolas, mas academias, eventos, enfim, qualquer aglomeração de pessoas poderia ser possível de acontecer, desde que elas mantivessem um afastamento mínimo. Daí fizemos o que costumo falar nas minhas palestras sobre inovação: colocamos a mão na massa e construímos uma”.

O engenheiro explica que, como recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a máscara é feita com tecido 100% algodão e contém sensores eletrônicos para gerar o alerta de proximidade. “Os sensores são da mesma categoria dos utilizados em controles remotos de televisão, portanto bem seguros”, afirma.

A máscara tem um bolsinho prático que foi criado para o usuário remover o sensor sempre que precisar lava-lá. Depois que ela estiver limpa é só colocar a plaquinha novamente antes de usar.

O preço para o consumidor final deve ser semelhante ao da máscara tipo N95, algo em torno de 50 reais a unidade.

O modelo N95 é o de uso hospitalar que vem com um respirador que filtra elementos contaminantes em forma de aerossóis.

Orlan já patenteou a ideia e, inclusive, está em contato com potenciais clientes. De acordo com ele, será um produto destinado a empresas que precisam controlar o distanciamento entre pessoas, tais como, escolas e academias.

Para o engenheiro, a inovação só acontece quando você coloca ideias para fora e ela passa a gerar algum valor para a sociedade.

Confira o vídeo produzido pelo Orlan:

Pesquisa

A ideia de Orlan é inovadora e poderá ajudar de forma significativa na prevenção da Covid-19.

Conforme matéria divulgada no Portal G1, uma pesquisa científica publicada, no início deste mês, na revista “The Lancet”, que analisou 172 estudos em 16 países, mostrou a importância de se manter o distanciamento social e o uso de máscaras para evitar o contágio pelo coronavírus.

Durante os estudos, os pesquisadores destacaram descobertas relacionadas exclusivamente à transmissão da Covid-19 e descobriram, por exemplo, que o distanciamento social de pelo menos 1 metro reduz o risco de transmissão da doença. Segundo o levantamento, uma distância de 2 metros é ainda mais eficaz.

Os cientistas concluíram ainda que, embora falte estudos mais precisos, o uso de máscaras contribui para dificultar o contato do vírus com as mucosas, no entanto, o uso do equipamento não exclui a necessidade de se manter o distanciamento social e a higiene das mãos, como formas de se prevenir do vírus.

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