O que é que a PL do Veneno tem?
Pra quem ainda duvida que comida é política.

Você deve ter visto que a chamada PL do Veneno virou destaque recentemente nas redes sociais, né? Isso é super importante. Mas você sabe realmente do que se trata?
Quais os verdadeiros perigos desse projeto de lei?
Bom, a PL 6299/02 avançou na segunda-feira e é de autoria do atual Ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Ela avançou em uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados e teve 18 votos a favor e 9 contrários à proposta. O próximo passo é a aprovação do plenário da Câmara, mas pela proximidade das eleições, pode ser que a PL só seja novamente debatida em novembro e por isso é tão importante que nós não nos esqueçamos dessa proposta de quem falou sim pra ela.
E o que ela conta?
Bom, a primeira e mais louca medida do projeto é a mudança do nome "agrotóxico" para "produto de controle ambiental" ou "defensivo fitossanitário". Só por essa proposta já dá pra saber quais os objetivos dessa galera, né? Mudar o nome dos agroquímicos implica em botar panos quentes em uma substância que é tóxica pra saúde da gente e do planeta.

Uma das propostas do surgimento dos agrotóxicos foi na Segunda Guerra Mundial como arma química. Eles eram pulverizados nas regiões rurais dos inimigos para intoxicar plantações e a população, claro. Ele só foi pensado como um potencializador da produção de comida no pós-guerra. E nessa época eles eram conhecidos como defensivos agrícolas, mas foram ganhando aos poucos o nome de pesticidas e agroquímicos.
Os agrotóxicos são usados contra as pragas, claro, mas eles também atingem os animais e a qualidade do solo e dos lençóis freáticos. E, como todo “remédio”, os agrotóxicos estimulam que as pragas fiquem cada vez mais resistentes. Em novembro do ano passado, um estudo (que vale muito ler!) da geógrafa Larissa Bombardi do Laboratório de Geografia Agrária da USP revelou dados preocupantes:
"Os alimentos consumidos pelos brasileiros estão contaminados por uma quantidade de agrotóxicos proibidos na maior parte dos países da Europa."
E a PL do Veneno vai permitir que vários de muitos agrotóxicos já proibidos por aqui também sejam revistos para o uso dos agricultores. Outro ponto importante do projeto é que nem o IBAMA, nem a ANVISA poderão interferir na liberação dos agroquímicos. Isso ficaria sob responsabilidade do Ministério da Agricultura.
Muitos dos agrotóxicos liberados já apresentam estudos comprovados de que são cancerígenos e nós já somos o país que mais consome agroquímicos no mundo: 20% de toda a produção mundial vem direto pra cá. Segundo a ANVISA, um terço da comida que consumimos já tem veneno e 8 brasileiros são contaminados por dia.

E o que fazer?
A primeira é coisa investir nos orgânicos. Eles podem ser mais caros, mas produzir sem o auxílio de um agrotóxico é muito mais complexo do que parece. Sem veneno, você consome um produto mais nutritivo, que não prejudica o meio ambiente e a sua saúde. A longo prazo, certamente essa decisão vai ser extremamente acertada.
Depois, vale ter a sua hortinha em casa pros temperos.
E, claro, prestar atenção nos 18 deputados que foram a favor da PL e jamais esquecê-los em qualquer outubro que venha a ter eleição. Nós somos parte do problema! A PL o Veneno teve sua votação adiada algumas vezes pela pressão popular e só conseguiu acontecer de portas fechadas. É um direito nosso comer com qualidade.
Vamos nos posicionar?

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