O Comovente “Sabor da Vida”

Marcia
Coadjuvante
Published in
2 min readMar 29, 2023

A comédia dramática japonesa “An”, de Naomi Kawase (Mães de Verdade), estreou no Festival de Cannes em 14 de maio de 2015 e nos cinemas japoneses em 30 de maio de 2015, e disponível na grade da plataforma Prime Video, com 1h e 53 minutos de duração. A trama acompanha Sentaro “chef” (vivido por Masatoshi Nagase), um padeiro com um passado problemático que, para pagar sua dívida com o dono do espaço, trabalha sem muita vontade fazendo dorayaki (uma espécie de panqueca japonesa com recheio de uma pasta adocicada de feijão), onde sua clientela são pessoas que passam por ali e as estudantes de uma escola próxima, uma delas é Wakana (vivida por Kyara Uchida), uma adolescente sensível que tem um canário, proibido em seu condomínio, e sua mãe (vivida por Miki Mizuno) é uma pessoa sem noção que não cuida da filha, que recebe os dorayakis imperfeitos do chef, tudo corria como sempre até que aparece uma senhorinha, Tokue (vivida por Kirin Kiki), de 76 anos de idade e cheia de sabedoria, que pede para trabalhar no local, mas Sentaro diz que não por causa de sua idade e por notar suas mãos retorcidas, entretanto ela retorna e lhe dá uma pasta de feijão feita por ela, que no primeiro momento ele joga no lixo e depois experimenta e simplesmente adora, quando ela retorna dias depois ele deixa Tokue trabalhar no lugar apenas para fazer a pasta, que foi um sucesso e aumentou sua clientela, no entanto depois ele é visitado pela esposa do dono do local, uma pessoa ridícula, que diz a ele para demitir a senhorinha porque soube que teve hanseníase, mesmo assim ele ainda continua até perder a clientela e não há o que fazer, só que ele e Wakana acham injusto e sentem saudades de Tokue em suas vidas, pois se tornaram amigos e porque aprenderam muito com ela. O filme - baseado no livro homônimo do escritor japonês Durian Sugawa, lançado em 2013 - é sensível, comovente, amoroso e humano, tem ótimas atuações do protagonista e da coadjuvante veterana, boa direção de arte, bela fotografia, bela paisagem com as cerejeiras, boa trilha sonora, ritmo lento e um roteiro interessante, delicado e com personagens doloridos, que traz um aspecto da cozinha tradicional japonesa e aborda o preconceito absurdo das pessoas em relação a quem teve hanseníase e depois carrega as consequências da doença, depois de curadas, estampadas em suas mãos, pés e rostos. Vale muito a pena assistir e se emocionar. Confira o trailer:

--

--