O Dolorido “Entre Mulheres”

Marcia
Coadjuvante
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3 min readAug 25, 2023

O drama americano “Women Talking”, de Sarah Polley (Histórias Que Contamos), estreou no Festival de Telluride em 2 de setembro de 2022 e lançado na plataforma Prime Video na quarta-feira (23/8/2023), com 1h e 44 minutos de duração. A trama, que se passa em 2010 numa comunidade amish (grupo religiosos cristão que vive isolado da sociedade americana) na Pensilvânia, acompanha mulheres que estão cansadas e revoltadas com os homens do lugar que as estupram desde que são adolescentes, então, depois de flagrarem o rosto de um deles e de serem finalmente presos, elas se reúnem no celeiro do lugar para decidirem se ficam, se ficam e lutam contra os homens, quando retornarem à aldeia, e se fogem, só que a votação fica empatada entre ficar e lutar e fugir, entre elas há Scarface (vivida por Frances McDormand), que deseja continuar sem lutar e, por isso, abandona o lugar levando suas duas filhas, sendo que todas já sofreram o abuso sexual, no entanto as mais incomodadas com a situação é a grávida de um dos estupradores, a solteira Ona (vivida por Rooney Mara), e a mãe de dois filhos Salome (vivida por Claire Foy), sendo que a garotinha tem problemas de saúde, também tem entre elas a desenhista Mejal (vivida por Michelle McLeod), que sofre de crise de pânico depois dos estupros, a senhora Greta (vivida por Sheila McCarthy), que também já sofreu violência sexual e é mãe da nervosa Mariche (vivida por Jessie Buckley), que é violentada costumeiramente pelo marido, com quem tem quatro filhos, juntas e com a ponderação do professor da comunidade, o doce August (vivido por Ben Whishaw), que a mãe fugiu com ele do lugar anos atrás por não aceitar os desmandos do homens locais e agora ele retornou por ser apaixonado por Ona, as mulheres debatem durante dias até tomarem uma resolução quando ficam sabendo que os brutamontes serão soltos e retornarão às suas casas. O filme - baseado em fatos reais, que aconteceram numa comunidade menonita isolada da Bolívia, relatados no livro homônimo da escritora canadense Miriam Toews, lançado em 2018 - é bem dirigido, tenso, impactante, comovente, forte e humano, tem ótimas atuações da protagonista Foy e da coadjuvante Buckley, ótimo elenco, ótima direção de arte, bela fotografia, bom figurino, bela trilha sonora, bom ritmo e um ótimo roteiro, sensível, que aborda a luta das mulheres em tomar uma decisão vital para sua comunidade, onde sua religião fundamentalista pesa muito, contra homens violentos que tiraram sua paz e sua voz desde sempre e agora elas não aceitam mais, mas para isso aconteça têm que se unirem numa única resolução. Importante: recebeu duas indicações ao Oscar 2023, nas categorias melhor filme e melhor roteiro adaptado, ganhou pela última; recebeu 4 indicações ao Independent Spirit Awards 2023, ganhou por melhor elenco; ganhou o AFI Awards como melhor filme do ano nos EUA; e duas indicações ao Globo de Ouro 2023. Vale muito a pena assistir, muito bom!!! Confira o trailer:

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