O Impactante “Blonde”

Marcia
Coadjuvante
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3 min readSep 29, 2022

A cinebiografia/drama/romance americana “Blonde”, de Andrew Dominik (O Homem da Máfia), estreou no Festival de Veneza em 8 de setembro de 2022, original e lançada mundialmente pela plataforma de streaming Netflix na quarta-feira (28/9/2022), com 2h e 47 minutos de duração. A trama começa com a pequena Norma Jeane (vivida por Lily Fisher), aos 7 anos, em 1933, que foi criada por uma mãe solteira abusiva e desajustada emocionalmente, Gladys Pearl Baker (vivida por Julianne Nicholson), depois entregue a um orfanato porque a mãe tentou matá-la, quando adulta Norma Jean (agora vivida por Ana de Armas) começa a carreira como modelo de fotos nuas e, depois de um teste, em que sofreu estupro de um dono de estúdio de Hollywood, ela começa a fazer filmes onde sua beleza era explorada ao máximo, paralelamente tinha uma relação sexual estranha ao mesmo tempo com dois amigos, Cass Chaplin (vivido por Xavier Samuel) e Eddy Robinson Jr. (vivido por Evan Williams), porém, é aconselhada a deixá-los porque não é bom para sua carreira que começa a deslanchar como Marilyn Monroe, no entanto ela descobre estar grávida de um dos rapazes, mas é ridicularizada por eles e seu produtor manda abortar, a partir deste fato seu desequilíbrio emocional é deflagrado, depois conhece e se apaixona pelo famoso ex-jogador de beisebol Joe DiMaggio (vivido por Bobby Cannavale), quando pensa deixar sua carreira, só que esse casamento não dura muito por conta de fotos suas do começo de carreira que Cass e Eddy mostram ao Joe, que tinha um temperamento muito explosivo e quando ele assiste a cena que ela filmava, esta foto acima, é a gota d’água e a seguir ela se divorcia dele, entretanto a bela conhece o amor ao se apaixonar pelo famoso dramaturgo Arthur Miller (vivido por Adrien Brody), em 1955, onde mostra a ele que possui uma massa cinzenta dentro daquela cabecinha linda, se casam e vão morar no Maine para que ela tenha uma gravidez tranquila, porém, nada é fácil na vida deste ícone da beleza e da sedução de Hollywood. O filme - baseado no livro homônimo ficcional da escritora norte-americana Joyce Carol Oates, lançado em 2000 - é impactante, violento e comovente, tem ótima atuação da protagonista, bom elenco, ótima direção de arte, boa fotografia, que mescla a preto e branco e a colorida, bom figurino de época, boa trilha sonora, ritmo lento e um roteiro interessante, mas com problemas em seu desenvolvimento, com cortes estranhos, que enfatiza uma Marilyn extremamente frágil e com baixa autoestima, que já sabíamos que era, mas que se mostra totalmente submissa a relacionamentos abusivos do começo de sua carreira até à sua morte - é repulsivo o encontro que ela tem com Kennedy em Nova York, pois ele a trata como se fosse uma prostituta -, onde só foi respeitada e amada pelo dramaturgo, justificando que sua fragilidade e seus desastres amorosos acontecia por falta da figura paterna em sua vida, mais uma maldade da desequilibrada mãe em sua infância. Curiosidade: a produção começou em 2010, mas as filmagens se iniciaram em 2019 e foram concluídas em 2021 por conta da pandemia. Vale a pena assistir pela surpreendente atuação de Armas, contudo é muito longo. Confira o trailer:

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