O Impactante “Holy Spider” (2022)
O drama/criminal/suspense iraniano, coproduzido por Alemanha/Dinamarca/França/Suécia, “Holy Spider”, de Ali Abbasi (Border), estreou no Festival de Cannes em 22 de maio de 2022, lançado na plataforma Mubi em 21 de de fevereiro de 2023 e disponível na grade da plataforma Netflix, com 1h e 58 minutos. A trama acompanha a incansável jornalista Arezoo Rahimi (vivido por Zar Amir Ebrahimi), que chegou de Teerã para fazer uma matéria sobre as mortes das prostitutas de Meshed, ela está determinada a encontrar o assassino, conhecido como Spider Killer, porque já percebeu que a polícia nada fez até o momento e terá ajuda do editor do jornal local, o gentil jornalista Sharif (vivido por Arash Ashtiani), que recebe telefonemas do serial killer após seus crimes, mas não fala sobre isso em suas reportagens por medo do criminoso, então, Rahimi, que é destemida, vai atrás de informações com pessoas ligas às mortas ou tenta entrevistar algumas mulheres de programa pois essas mulheres morrem de medo, a jornalista questiona o chefe da polícia da cidade, Rostami (vivido por Sina Parvaneh), sendo tratada com um machismo descabido próprio dos homens iranianos que são misóginos e que em outra ocasião aparece em seu quarto de hotel, alegando que tem informações sobre o caso e ela o deixa entrar, mas na verdade ele quer assediá-la e ela com muito custo consegue expulsá-lo, como sua matéria não anda por falta de informações, Rahimi faz um acordo com o editor para ela ir à praça das profissionais do sexo à noite para servir de isca para atrair o marginal, a contragosto ele aceita, enquanto isso o serial killer, o pedreiro Saeed (vivido por Mehdi Bajestani), que tem uma família unida, aproveita as noites que sua esposa vai passar à noite nas casas de seus pais com os filhos, para levar as prostitutas em sua casa e matá-las com requinte de crueldade, completando 16 assassinadas, e Rahimi seria a 17a nona se não tivesse sido salva por sua coragem e pelo editor, e exigirá que a justiça iraniana prenda-o, vá a julgamento e depois receba a sentença de morte, ao mesmo tempo que a população sem noção da cidade vá para frente do fórum para manifestar seu apoio a Saeed, como se ele fosse um herói por “limpar” as ruas de Meshed da prostituição, o mesmo pensa absurdamente sua esposa, a bela e ingênua Fatima Hanaei (vivida por Farouzan Jamshidnejad), e o filho mais velho do casal, que admira o pai pelo feito. O filme - baseado em fatos reais ocorridos no Irã em 2001 - é perturbador, violento, tenso, denunciante e chocante, tem ótimas atuações da protagonista e do antagonista, ótima direção de arte, boa fotografia, bons cenários, boa trilha sonora, bom ritmo e um roteiro forte e incômodo, sobre uma jornalista que deseja fazer uma matéria sobre um serial killer de prostitutas numa cidade do interior iraniano, onde a sociedade é misógina, com a ajuda de um editor local ela pressionará a polícia e a justiça do lugar em prender e levar a julgamento o criminoso. Vale a pena assistir apesar de ter cenas muito fortes, por ser um filme denúncia, e é destinado ao público adulto. Confira o trailer: