O Surpreendente “Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades”

A comédia dramática mexicana “Bardo, Falsa Crónica e Unas Cuantas Verdades”, de Alejandro G. Iñarritu (O Regresso), estreou no Festival de Veneza em 1 de setembro de 2022, nos cinemas mexicanos em 27 de outubro de 2022 e lançado mundialmente pela plataforma de streaming Netflix na sexta-feira (16/12/2022), com 2h e 39 minutos de duração. A trama acompanha um celebrado jornalista mexicano, Silvério Gama (vivido por Daniel Gimenez Cacho), que se tornou um premiado documentarista e mora em Los Angeles com sua família - a esposa Lucía (vivida por Griselda Siciliani), que perdeu seu último filho ao nascer, o Mateo, isso deixou os dois muito abalados, com ela ainda tem o adolescente Lorenzo (vivido por Íker Sanchez Solano), que mora com eles e gosta de falar o idioma inglês o que o pai acha estranho quando estão em seu país de origem e a jovem Camila (vivida por Ximena Lamadrid), que mora na cidade Boston, onde trabalha - retorna ao México, onde mantém uma casa, receber um prêmio e encontrar os irmãos, os amigos e a mãe, porém, é invadido por uma viagem introspectiva que não dá conta de participar de uma entrevista na TV com um amigo antigo, o âncora de TV Luis (vivido por Francisco Rubio), que o acusa de relegar sua origem e se americanizar, o que fará com ele se sinta ofendido, depois também não dá conta de receber o prêmio no palco do clube, a seguir a família vai passar uns dias em Baja Califórnia, quando se depara com restrições absurdas num resort de luxo à sua empregada, no entanto eles não foram só para descansar, o objetivo maior foi levar as cinzas do Mateo e jogá-la nas águas do belo mar mexicano, aproveitando também para se relacionar melhor com a filha que não via há um tempo e ela o informa que deseja deixar seu trabalho e voltar a morar no México, mas o pai não ver sentido nessa mudança por considerar o país violento, logo depois retornam à sua casa em LA porque receberá um importante prêmio da Associação dos Jornalistas Internacional, entretanto antes ele é afrontado por um oficial da alfândega do aeroporto, um homem descendente de mexicanos, que se considera americano e não o considera como morador americano apesar de morar no país há vinte anos e seu visto especial assim o validar. O filme, autobiográfico, é bem dirigido, divertido, surreal, complexo e reflexivo, tem boa atuação do protagonista e da coadjuvante Siciliani, bom elenco, ótima direção de arte, bela fotografia, belos cenários mexicanos, boa trilha sonora, ritmo lento e um roteiro interessante, mas com falhas em seu desenvolvimento, por ter uma narrativa ambígua e confusa, que mostra questões internas de um homem de meia idade em crise existencial, abordando ainda questões políticas e sociais. Vale a pena assistir se gosta de Iñarritu, apesar de ser muito longo, mas não é para o grande público. Confira o trailer: