
A comédia dramática dinamarquesa “Druk”, de Thomas Vinterberg (Kursk A Última Missão), distribuído por Nordisk Film (Escandinávia) e September Film (Holanda), estreou no TiFF em 12 de setembro de 2020 e 24 de setembro na Dinamarca, foi lançado no streaming nos EUA e na Europa em 18 de dezembro de 2020 e a partir de quinta-feira (25/3/2021) nas plataformas do brasileiras Now, Sky Play, Apple TV, VivoPlay, YouTube e GooglePlay, com 1 h e 57 minutos de duração. A trama acompanha quatro amigos professores de uma escola de ensino médio em Copenhague - Peter (vivido por Lars Ranthe), que ensina música; Martin (vivido por Mads Mikkelsen), professor desmotivado de história e deprimido com seu casamento; Tommy (vivido por Thomas Bo Larsen), professor de educação física, solitário e vive com seu cachorro idoso; e Nikolaj (vivido por Magnus Millang), professor de filosofia, casado e pai de três filhos, inclusive um bebê e que não consegue dormir direito - quando se reúnem para comemorar o aniversário de 40 anos de Nikolaj, eles discutem uma teoria do psiquiatra norueguês Skin Skarderud que devemos ter um teor alcóolico de 0.05 para sermos criativos, então eles combinam que a partir daí eles tomarão álcool das 8 h às 20 h e de segunda a sexta, mensurando sempre essa quantidade no sangue e os efeitos em seus trabalhos e na vida pessoal, no início a mudança é fantástica em tudo - por exemplo, Martin usa a questão alcóolica das grandes figuras históricas, como Churchil, para fazer com seus alunos aprendam sobre a 2a Guerra Mundial de uma forma leve e divertida, esquenta o relacionamento com a esposa distante e fica mais interessado na vida dos seus dois filhos adolescentes - mas depois vai complicar a vida desses homens bem intencionados com um desfecho impactante. O filme - baseado numa peça homônima do diretor em Viena - é bem dirigido, divertido, comovente, inteligente, singular e admirável, tem ótima atuação do protagonista, boas atuações dos coadjuvantes, bom elenco, boa direção de arte, boa fotografia, boa trilha sonora, boa montagem, bom ritmo e um bom roteiro, como só os filmes escandinavos conseguem elaborar porque começam com uma narrativa leve e que depois é um soco no estômago, aborda temas como amizade entre homens, que é completamente diferente das mulheres, a questão do alcoolismo, a percepção de que a profissão e a vida pessoal não é como idealizaram quando jovens, o paradoxo de viverem em um país que é tido como o terceiro mais feliz do mundo, e essas pessoas estão desencantadas com a vida e isso transborda em tudo, vivem automaticamente sem qualquer motivação, sem qualquer paixão, a dor fica latente e explosiva no final, com uma performance fantástica de Mads. Importante: o longa-metragem foi indicado ao Oscar 2021 nas categorias melhor filme internacional e melhor diretor, recebeu 4 indicações ao Bafta 2021 e em outras premiações, e ganhou o prêmio francês César 2021 de melhor filme estrangeiro. Curiosidade: Mads Mikkelsen é também um dos roteiristas. Vale muitíssimo a pena assistir. Confira o trailer: