O poder do Design Sprint na colaboração de diferentes times
Já tive a oportunidade de facilitar workshop de design thinking e planejamento estratégico, mas foi quando comecei a estudar mais sobre UX que a vontade de me especializar nesse assunto bateu forte. O primeiro método de produto que tive contato foi o Lean Inception e me encantei com a força que um workshop de cocriação poderia ter.
📚 Leia o livro: Lean Inception do Paulo Caroli
Logo em seguida eu tive a oportunidade de fazer parte da primeira turma do Sprint Master do Roque Sales🚀. O curso é incrível para qualquer pessoa que trabalhe com desenvolvimento de produtos!! Recomendo de olhos fechados!
Quando o meu líder colocou o desafio para a reformulação de um módulo aqui na CoBlue vi a oportunidade perfeita para colocar em prática esses conhecimentos! E é sobre essa experiência que quero comentar nesse artigo.
Discovery
“Ué, mas você não comentaria sobre Design Sprint??”
Sim e vou! Mas a aplicação do Design Sprint não elimina a necessidade do discovery. Antes de começar o processo eu realizei uma pesquisa para compreender melhor o problema e quais pontos atacaríamos. Não vou entrar no detalhe, mas apenas reforçar como essa etapa foi fundamental para embasar a necessidade do Design Sprint e também definir o foco do problema!
Pré-Sprint
A preparação começou com a escolha da equipe. Para esse problema específico contei com representantes do time de Produto e Marketing. A visão dessas áreas seria perfeita para compreender a jornada do cliente de forma mais ampla.
Antes do workshop é importante envolver os sprinters, além de explicar o objetivo do workshop usei esse momento para engajar o time no desafio.
Realizei a preparação algumas semanas antes da data do workshop. Esse tempo foi importante para definir e preparar as dinâmicas no Miro e também escolher quem seria o decisor. Essa figura é muito importante para o andamento do Design Sprint, ele que tem o voto final sobre algumas decisões importantes.
A agenda do Design Sprint
Dividi o workshop em 5 dias, sendo os 3 primeiros realizados com toda equipe e os dias 4 e 5 apenas com a equipe de UX Design.
O nosso workshop foi rodado todo remotamente, por isso realizei algumas alterações nas durações e dias das atividades. Isso ajudou a evitar a fadiga de reunião virtual que o time poderia sentir. Vale sempre ficar atendo a energia do time, por isso é sempre ter algumas dinâmicas de aquecimento para dar aquela animada no time. =)
Primeiro dia: Mapear
Atividades realizadas:
* Como podemos
* Mapa
* Objetivos e perguntas do Sprint
O primeiro dia começou com uma apresentação geral do problema feita pelo Decisor onde ele explicou o motivo de reunir o time e qual expectativa em relação ao trabalho a ser feito. Essa introdução ajudou a alinhar o time sobre o problema que atacaríamos.
Um detalhe que esqueci de falar sobre a atividade do Como Podemos . Ela deve ser realizada em conjunto em conjunto com a entrevista com o especialista, pois a partir das perguntas que são feitas os sprinters identificam oportunidades que podem ser trabalhadas. Porém para otimizar o tempo do nosso workshop a responsabilidade de definir as perguntas dos Como Podemos ficou apenas com o time de Design.
Coube aos Sprinters a atividade de votação para definir quais Como Podemos seriam os mais importantes. Antes de iniciar a votação eu deixei um tempo para todos participantes lerem e caso sentissem a necessidade acrescentar mais algum item a lista que seria votada.
💡Aprendizado: Na minha opinião a atividade do Mapa foi a mais complexa. Ela gera bastante debate e alinhamento de conhecimento sobre como desenvolver uma jornada. Vale sempre deixar um tempo extra para prever um período de tira dúvidas e a atividade correr de forma mais tranquila possível.
Segundo dia: Esboçar
Atividades realizadas:
* Pesquisa
* Sketching em 4 etapas (anotações, rabiscos, crazy 8, conceito)
Deixei a atividade de Pesquisa opcional para realizamos de forma assíncrona caso o tempo estivesse apertado. Mas o time preferiu realizar em conjunto. Nessa hora quando eles quiseram fazer junto o sorriso abriu de uma ponta até a outra da orelha porque percebi a conexão e vontade de fazer a solução em cada sprinter!
Se no primeiro dia sobram dúvidas, aqui o time começou a perceber que o processo apontava um caminho. O trabalho maior foi o dever de casa de reunir todo material produzido e preparar a dinâmica para o último dia.
Pedi para cada sprinter me enviar os Conceitos desenvolvidos e montei uma moldura digna de uma exposição de museu!
Terceiro dia: Decidir e Storyboard
Atividades realizadas:
* Museu de arte
* Fluxo de teste
*Storyboard
Esse foi o último dia com todo o time de sprinters reunidos. E pela foto deu para perceber como estava o clima, não é mesmo? Todos prontos para a visita ao Museu de Arte dos Conceitos 😁
Como em todos os dias, começamos com a nossa dinâmica de aquecimento. Esse momento é muito importante para descontrair e unir ainda mais o time. Recomendo demais que você realize e se quiser sugestões de boas dinâmicas pode acessar o site do Paulo Caroli ou o Gamestorming.
Eu achei que a dinâmica do Fluxo de Teste demandaria mais tempo, pois em alguns aspectos ela se assemelha ao Mapa. Mas para a minha surpresa a atividade fluiu muito bem. O único ponto aqui foi reforçar o foco da atividade para não gerar confusão com o Mapa.
💡Aprendizado: A atividade de Storyboard demandou mais tempo. O grupo precisava desenha o wireframe de cada tela do fluxo de teste e nisso o remoto leva desvantagem pela velocidade de construção.
Quarto dia: Prototipar
Com o Storyboard em mãos foi o momento de arregaçar as mangas e partir para a prancheta do Figma. Junto com o Anderson (minha dupla de UX aqui na CoBlue) conseguimos desenhar em um dia de trabalho as telas em alta fidelidade para os testes.
Esse dia também foi o momento de preparar o roteiro para os testes e configurar o sistema de repositório de pesquisas. Aqui começamos a utilizar o Dovetail e tem sido uma mão na roda para analisarmos os resultados dos testes.
Quinto dia (?): Testar
💡 Aprendizado: Aqui já começo com o meu aprendizado, como realizamos os testes com usuários externos que não faziam parte da nossa base levamos mais de um dia para fechar a etapa de testes. O processo de agendar as entrevistas é muito importante e tem que casar com a agenda dos envolvidos, por isso recomendo começar a realizar o recrutamento logo após o dia 1 quando você tiver o foco definido.
Realizamos 5 testes (número mágico do Nielsen Norman Group) e tivemos uma boa aceitação do conceito sendo necessário apenas alguns ajustes na UI. 🎉
Pós-Sprint
Depois de consolidar os resultados do teste foi o momento de apresentar o resultado para equipe e celebrar por todo desenvolvimento.
Em poucos dias conseguimos fazer um protótipo em alta qualidade onde a equipe sentiu que construiu em conjunto a solução definida. Foi muito boa essa experiência facilitando o Design Sprint, durante os dias do workshop pude perceber a energia e conexão do time aumentando, isso é extremamente gratificante.
Todos saíram com um sentimento muito bom de construção coletiva. Por isso nada melhor do que fechar esse artigo com alguns depoimentos do nosso time de Sprinters.
O processo todo de design sprint foi muito fluido, o tempo total foi o ideal pra terminar e começar sem qualquer redução de engajamento. Vale destacar que é incrível como esboçar ideias no bom e velho papel ajuda a “botar pra fora” tudo que está na cabeça haha. Foi tanto um exercício de reflexão pessoal, quanto de entender como meus colegas pensam e enriquecer nossas soluções. Gustavo Ramos, VP de Produto.
O que dizer desse workshop? Foi uma experiência muito enriquecedora e uma troca incrível. Juntando profissionais de diferentes áreas, tivemos uma visão muito mais completa de diferentes pontos de vista. Além disso, o Tiago foi um ótimo mediador que soube conduzir toda essa jornada com muita maestria. Parabéns Tiago e para todos que participaram! Camila Gonçalves, Analista de Marketing.
Participar do Design Sprint, foi fenomenal e muito legal, aprendi muito, graças ao Tiago que comando com êxito todos os 5 dias, foi extraordinária trazer equipes de outras locações da empresa. Agradeço muito a CoBlue e a todos os participantes por esta experiência fantástica. Anderson Borges, UX/UI Designer.
Fiquei bastante contente com o convite para participar da Design Sprint! Acredito que todos os processos de aprendizado e desenvolvimento se tornam mais ricos quando existem trocas legítimas de opiniões e experiências entre pessoas, e foi exatamente essa a sensação que tive ao compartilhar reflexões e buscar soluções para os desafios nas dinâmicas com outros integrantes da equipe. Adorei a oportunidade de me conectar e unir esforços com pessoas de áreas diferentes da minha e penso que isso tenha sito bom para o resultado do processo também.
Apesar da complexidade das conversas em alguns momentos, os encontros permaneceram leves e produtivos, graças à organização do tempo em todas as etapas e à boa condução das conversas. Ana Paula Gonçalves, Analista de Marketing.
