Felicidade no trabalho: um meio ou um fim?
Vamos ser realistas, não existem ambientes de felicidade absoluta, onde todas as pessoas sejam felizes a 100%. Ainda assim, e felizmente, são cada vez mais as empresas que procuram implementar um ambiente de trabalho favorável ao bem-estar e felicidade dos seus colaboradores. Porém, o que assistimos muitas vezes, é que esta “política de felicidade” tem como principal objetivo, não o bem-estar das pessoas, mas o aumento da produtividade e do desempenho.
Na Cocoon, vemos a felicidade como um fim em si mesmo e não como um meio para atingir algo. Olhamos para a felicidade no trabalho não como um meio de troca para obter melhores resultados, mas sim como um fim com uma visão mais ampla, “Better Me = Better You = Better Us”. E posso dizer com certeza que temos tido sucesso no nosso caminho, porque medimos regularmente os níveis de satisfação e motivação da equipa e sabemos que o mood geral anda sempre entre o 7 e o 8 (numa escala de 0 a 10), a par com a qualidade do trabalho e satisfação dos nossos clientes.
Como trabalhamos a Felicidade na Cocoon
Na Cocoon não temos uma “política de felicidade” formal. Temos, claro, um conjunto de benefícios que contribuem para o nosso bem-estar, como por exemplo, a flexibilidade de horários, seguro de saúde, flexibilidade para escolher o sítio ou até o país de onde podemos trabalhar. Mas a procura pelo bem-estar do outro, a promoção da felicidade é algo muito mais orgânico e acontece de uma forma muito natural. Isto deve-se, sobretudo, à nossa cultura e aos nossos valores, nomeadamente:
- A procura pelo equilíbrio em tudo o que fazemos.
- Respeito pelo indivíduo, distinguindo a sua essência do comportamento que exibe em determinado momento.
- Transparência da comunicação, onde há lugar para a discussão e entendimento, para a partilha de medos e inseguranças, tristezas e alegrias, insatisfações e reconhecimentos, etc.
O outro ponto igualmente relevante quando falamos de felicidade, motivação e satisfação pessoal prende-se com o propósito do nosso trabalho. Sabemos que as pessoas precisam de desafio para crescer, mas os objetivos que estabelecemos pouco ou nada nos dizem se não forem orientados a um propósito, ao nosso propósito de vida. Portanto, a definição clara do propósito da empresa, alinhado com a missão de cada um de nós, foi um passo determinante para o nosso caminho e para chegarmos hoje onde estamos.
A definição do propósito comum
Em meados de Março de 2020, também motivados pelo contexto pandémico, sentimos que precisávamos de nos redefinir e repensar a nossa missão (“Mais do que desenhar boas experiências é necessário garantir que elas acontecem” já não era suficiente). Ao contrário do que acontece na maioria das empresas, em que o propósito é definido pela liderança e depois disseminado pelo resto da organização, o propósito da Cocoon foi definido por toda a equipa. Para tal, foi necessário um processo de imersão total no Theory U do Presencing Institute onde todos mergulhamos no significado do nosso propósito pessoal mas também como equipa, traçando o propósito da “Cocoon do futuro”- Criar experiências sustentáveis e repletas de significado.
Viver em pandemia e ser feliz no trabalho
No início de Março de 2020, quando viemos para casa, pensávamos que iria ser por pouco tempo. O tempo foi passando e na Cocoon há um ano e meio que estamos a trabalhar em exclusivo a partir de casa. O teletrabalho já estava implementado na empresa, mas a exclusividade foi sem dúvida uma novidade. Tivemos de nos adaptar, criar zonas de trabalho, integrar família, filhos e animais no dia a dia de trabalho.
Com este formato de trabalho, a Cocoon adotou algumas estratégias para manter a proximidade e o ânimo da equipa. Ir para além do computador com entregas em casa de mimos e lembranças, foi uma das atividades que fiz questão de levar a cabo pessoalmente.
Outra iniciativa criada no 1º dia do 1º confinamento e que se estende até hoje foi o momento do “café da manhã” onde todos os dias nos encontramos às 9h30m. Falamos de tudo e de nada, ótimo para não perder a rotina do levantar cedo e manter vivos os laços criados entre todos. Os dias de casa cheia são principalmente os dias de partilha de temas, onde é feita uma apresentação sobre um tema específico, a que chamamos de Share at Breakfast.
Além destas atividades que foram criadas especificamente em contexto remoto, mantivemos todas as atividades que fazíamos presencialmente, mas adaptadas para online. Foi desafiante e muitas vezes difícil de imaginar. Desde formações, aniversários, workshops, kick off anual a reuniões com clientes, fomos conseguindo derrubar a barreira do isolamento e chegar a todos e todas de uma maneira criativa, positiva e feliz.
Outras iniciativas
- O alinhamento das pessoas com os valores da Cocoon fizeram acontecer o EDNA, um plano de desenvolvimento pessoal, onde definimos o melhor percurso para atingir objetivos e crescimento profissional.
- Fazemos regularmente sessões de Speed Feedback onde partilhamos a nossa visão sobre o outro com o intuito de desenvolver uma comunicação mais fluida e consistente e estimular o crescimento pessoal e da equipa.
- Durante o ano de trabalho, nas nossas reuniões quinzenais recolhemos e registamos o mood de cada pessoa. Esta ação permite-nos enquanto empresa analisar a média do mood ao longo dos anos/meses e entender o que poderá ter tido impacto, o que poderá ser melhorado ou o que é mesmo para manter, tendo sempre presente o espírito de missão e o nosso propósito. É também muito curioso ver a reação coletiva a esta informação e todas as pessoas compreenderem as flutuações, bem como trabalharem todos em conjunto para manter o mood de cada pessoa o melhor possível. O mais fantástico é que o mood tem subido ao longo do tempo.
Em resumo
Na Cocoon procuramos estar a par do que todos sentem, dar apoio, conforto e ter sempre a certeza que aconteça o que acontecer temos pessoas que se interessam. Temos uma cultura onde a missão pessoal e a da empresa estão alinhadas.
Para ajudar os colaboradores a criar a sua visão de futuro, identificamos os seus pontos fortes, valores, paixões e objetivos.
Como Happiness Manager acredito que o caminho é este. “Trabalhar” a felicidade como um fim, porque só assim conseguiremos contagiar positivamente o outro e, por conseguinte, prestarmos um melhor serviço e alcançar um mundo melhor.