Embaixadores Cocôzap
Mapeamento e Geração Cidadã de Dados na pandemia
Em abril de 2021 nos vimos defrontados a uma nova missão: em meio à pior fase da pandemia do COVID19, continuar o mapeamento sobre questões de saneamento básico na Maré e a geração cidadã de dados.
De fato, a vida é cíclica. Lá em 2018, quando o Cocôzap começou, contávamos com alguns jovens que circulavam algumas partes da Maré mobilizando e fazendo um mapeamento inicial sobre as questões de saneamento básico. A partir daí, crescemos e aparecemos: nos tornamos um projeto fixo do Data_Labe, e conseguimos nos estruturar como um projeto de mapeamento e geração cidadã de dados sobre saneamento na Maré. Agora, a história estava prestes a se repetir.
Muitas queixas se passaram, alguns Encontros de Saneamento aconteceram… e chegou a pandemia. Como continuar mobilizando a galera, circulando as favelas e gerando dados no mesmo ritmo? A conta não fechava.
Para resolvermos esse quebra-cabeças, decidimos abrir uma seleção e escolher 4 pessoas para serem os “Embaixadores do Cocôzap”. A idéia é parecida com a que iniciou o Cocôzap, mas mais abrangente: alguns jovens moradores de diferentes partes da Maré vão circular o território e coletar queixas sobre saneamento; mas dessa vez, ao contrário do início, vamos mapear as 16 favelas da Maré: do Conjunto Esperança à Marcílio Dias.
Para que tudo desse certo, dividimos a Maré inteira em 4 regiões, e selecionamos pessoas que morassem e estivessem acostumados a circular em cada uma dessas regiões. O objetivo é que consigamos mapear a Maré inteira e dobrar nossa base de dados nos próximos 4 meses.
Para fazermos o mapeamento, cada embaixador irá semanalmente nos informar cada rua que andou, e cada lugar que reportou queixas de saneamento. Junto ao nosso time de dados, vamos usar uma tecnologia do Google Maps que nos permite traçar o perímetro andado, e assim, a cada semana teremos um polígono nos mostrando os locais exatos por onde nossos embaixadores andaram, além dos pontos que conseguimos queixas.
Já a metodologia da geração de dados sobre saneamento segue a mesma; seguimos com o número de WhatsApp no qual os moradores — e agora também os embaixadores — podem enviar para a gente queixas de saneamento, contendo o local, foto e frequência do problema.
A primeira semana de trabalho dos embaixadores foi um sucesso. Na primeira semana do projeto, os embaixadores começaram a mapear e monitorar seis favelas da Maré: O Piscinão de Ramos, Roquete Pinto, Nova Holanda, Conjunto Bento Ribeiro Dantas, Conjunto Esperança e o Salsa e Merengue. Além disso, terminamos a primeira semana com 22 queixas de problemas de saneamento básico nesses locais.
Parte da criação desse projeto também foi entender que não estávamos buscando uma mobilização ativa, e sim estratégica. Por estarmos no pior momento da pandemia até agora, parte do trabalho dos embaixadores será solitário, ainda que em meio à multidão da Maré. Eles estarão circulando sozinhos, cada um em sua região, enviando as queixas para o nosso WhatsApp — sem necessariamente parar e conversar com as pessoas sobre o Cocôzap. Mas isso não fará falta. Parte da nossa estratégia é entender que os embaixadores se tornarão referências e passarão a receber queixas de outros moradores, e assim conseguiremos atingir um número maior de pessoas, mesmo que indiretamente.
E isso é só o começo.
Ficou afim de conhecer mais o projeto, entender mais a fundo os embaixadores e nos ajudar a gerar dados sobre saneamento na Maré? Manda um email pra gente: cocozapmare@gmail.com. Ou, se preferir, chama no zap: (21) 999 573 216.