Conheça a história do Coda Marcelo Messias Belém
Empreendedor, Bartender, Carioca e Coda
Meu nome é Marcelo Messias Belém, conhecido como “Coelho da Lapa”, sou carioca e Coda. Sou empreendedor no Rio de Janeiro, Barmanager, ministro curso e faço palestra com o tema “Empreendedorismo, como se reerguer após uma queda”. Após a perda dos meus pais, eu ainda não tinha a noção da minha participação na comunidade surda, fiquei bem alheio ao tema e fiquei praticamente fora, sem perspectiva nenhuma apesar de ter dois irmãos intérpretes.
Foi então que numa noite de sexta-feira de 2010, uma pessoa passou em frente ao meu comércio que é uma drinqueria e ofereci a ele. Para minha surpresa, ele se identificou como surdo e que não estava entendendo. Eu então me apresentei e começamos a conversar.
Na semana seguinte, apareceu no meu comércio, cinco surdos e na conversa, eles identificaram a minha semelhança com meus irmãos intérpretes. A partir desse encontro,
minha vida com a comunidade surda se restabeleceu novamente e se espalhou entre os surdos, onde todos começaram a saber que existia um Bartender, na Lapa (RJ) que era Coda.
Então, muitos surdos começaram a aparecer, europeus, sul-americanos, japoneses. Houve um dia que um surdo árabe esteve no meu esse estabelecimento só para me conhecer, pois ele soube da minha história.
Uma das histórias que gosto de contar é de uma Coda americana que esteve comigo. Eu não falo inglês e ela não falava português, então conversamos por sinais, foi muito interessante.
Em 2017, houve um festival na França, em Reims, da comunidade surda e o Brasil foi o país convidado e foram selecionados surdos para participar e a minha credencial de Coda fez com que eu fosse um dos escolhidos e participar deste grande evento europeu chamado Clin d’Oeil. Em 2019 fui selecionado de novo, sendo que agora com o Canadá sendo o país convidado.
Esse ano de 2020, pela primeira vez esse festival seria realizado nos EUA e fora da Europa, mais uma vez fui selecionado e infelizmente por causa da pandemia foi cancelado. O que posso dizer com tudo isso, essa experiência toda, que agradeço do fundo do coração por ser Coda, por ter tido esse reencontro e resgate da minha vida com a comunidade surda. E é claro que com esse resgate veio um novo sinal de identificação criado pelos surdos.
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— Publicação feito por Coelho da Lapa, Coda
