Usando a ferramenta certa para o trabalho

Vitor Navarro
Codando a vida adoidado
3 min readMar 11, 2017

Eu costumo me classificar como generalista e recebo muitos olhares tortos das pessoas:

“Uéh mas então você não sabe fazer nada direito?”

“Ah você é preguiçoso.”

“Não escolheu ainda o que quer seguir na carreira não é?”

“Cara não existe esse negócio de generalista.”

“É não sei não, acho que isso não dá muito certo.”

E mais umas milhões de frases negativas sobre algo que ninguém entende direito, minha resposta é padrão:

“Eu sou um cientista da computação, eu resolvo problemas usando a ferramenta certa para o trabalho”

E usar a ferramenta certa para o trabalho é a fase matadora, por isso eu construí uma boa base através dos bons professores e tempo de experiência para suportar meu crescimento com alguns pontos base:

  • Aprender a aprender
  • Análise
  • Explorar/Testar/Experimentar
  • Compreender
  • Lógica
  • Questionar

As bases das pessoas não precisam ser iguais, no entanto vejo que profissionais da minha área que focam mais em solucionar um problema do que em tecnologias em si são pessoas com um valor muito mais alto à ser entregue em seus projetos.

Outro ponto que coloco em favor de um bom generalista é uma interpretação minha da experiência em T, o poder de navegar facilmente entre habilidades e chapéus necessários no ambiente de trabalho ou na academia.

A experiência em T, ou Ts, funciona da seguinte forma, todos começamos nos aprofundando em um conjunto de habilidades, digamos habilidades centrais (a perninha principal do T), em seguida temos diversas habilidades secundárias que vão sendo desenvolvidas conforme escolhas durante a carreira, são como pequenas samambaias se pendurando e formando outras perninhas menores ao longo dos braços abertos do T.

Originalmente a linha vertical é sua expertise na área de atuação e a linha horizontal habilidades de outras áreas.

Habilidades em T de um generalista. (Apenas exemplo)

Ao longo dos anos fica cada vez mais fácil completar projetos dado que suas habilidades secundárias e principal vão crescendo, inclusive uma troca entre habilidades não só é possível como muito mais confortável.

Habilidades em T de um generalista após um tempo. (Apenas exemplo)

A dificuldade de ser um bom generalista reside em não se apavorar e querer abraçar o mundo, desenvolver cada habilidade de acordo com o necessário ao longo do tempo é pesado, requer períodos de foco e uma boa dose disciplina e organização. É comum se sentir cansado, perdido e querer desistir.

Um último ponto é o quanto o mundo da tecnologia nos atraí para saber e fazer tudo, coisas aparecem e morrem todos os dias e é impossível saber cada nova tecnologia que aparece. Cabe a cada um fazer boas escolhas e permanecer nos tempos certos de acordo com suas necessidades e necessidades de seus projetos em determinado grupo de habilidades. Nesse caso a incrível palestra da Trisha Gee na GOTO Conf fala sobre essa afobação, recomendo assistir.

Apresentação da Trisha Gee no goto; conference

Fecho então esse artigo convidando-os a compartilhas suas experiências e questionamentos sobre esse assunto, e você o que pensa sobre isso?

Texto original no meu site: http://vnavarro.com.br/self-improvement/2017/03/11/the-right-tool-for-the-job.html

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Vitor Navarro
Codando a vida adoidado

Hi I’m software engineer / game developer, technology enthusiast that loves books, games and being with friends amongst other things.