“Software is eating the jobs”
Como saber se um algoritmo vai roubar seu emprego.
Num artigo de 2003, o fundador da Netscape foi o primeiro a declarar que o mundo estava sendo devorado pelo software e, querendo ou não, já vimos vários efeitos concretos desta mudança. Os vendedores de cds foram trocados por aplicativos de streaming, cooperativas de taxi estão condenadas e os orelhões não fazem sentido nenhum para o adolescente que usa whatsapp o dia inteiro. O mundo mudou.
Mas ao contrario da primeira revolução industrial, que automatizou tarefas manuais, é interessante perceber que nessa nova revolução a vulnerabilidade dos empregos para serem (ou não) “disruptados” não é direitamente proporcional ao nível de qualificação.
Um estudo de 2013 do Carl Benedikt Frey e Michael Osborne, da Universidade de Oxford, analisou mas de 700 tipos de empregos para tentar medir o risco de substituição frente a computadorização.
A conclusão deles foi muito clara, o seu emprego continuara sendo preenchido por humanos na medida que ele envolva inteligência criativa e inteligência social… O job que eles avaliaram como o mais “seguro” é de personal trainer… Neste caso fica obvio que a inteligência social (motivar pessoas a se esforçar a sofrer) é um fator decisivo para distinguir o bom coach, daquele que voce nunca mas liga.
Então o paradoxo é esse, o trader muito bem pago que fica realizando operações complexas corre mais risco (como ilustra o crescimento dos fundos “trackers” automatizados) do que o bombeiro (que cuida de pessoas em situação crítica) ou o editor lidando com um time criativo de escritores para imaginar pautas atraentes… Quem diria né ?
Agora fica obvio que dentro dessa nova ordem, quem se sairá bem é a pessoa que combina estes “skills” humanos : criatividade, sensibilidade, empatia com as habilidades técnicas certas para expressa-la. Criatividade pura não existe sem domínio das ferramentas… E uma das habilidades mais procuradas sera a de criar estes famosos software, essas novas experiências digitais. Nos Estados Unidos, a consultoria Burning Glass ja analisou que são 7 milhões de jobs que ja demandam um conhecimento em código, e o crescimento de ofertas para estes jobs cresce 12% acima da media. O interessante é que 50% destes empregos ja são ofertados em industrias “tradicionais” não tech como em finança, setor manufatureiro ou saúde.
O comediante francês Pierre Dac já falava que “fazer previsões é difícil, sobretudo sobre o futuro”, mas vou arriscar minha previsão:
O que quer que seja que aconteça, os mais adaptados sobreviverão. (© Darwin)
Então, dê a sua criatividade os aprendizados que ela merece e participe da mudança em vez de sofrê-la.
Eu sou Mathieu Le Roux, eu morei em Toulon, Paris, Berkeley e São Paulo e atualmente estou lançando Le Wagon, o primeiro bootcamp de código no Brasil.
Se você estiver em São Paulo e queira começar a codar, também oferecemos workshops gratuitos.
Obrigado ao meus parceiros
e pela releitura / tradução.Outras fontes sobre o tema:
