Como fazer sites do zero com WordPress pagou minhas contas nos últimos 8 anos!

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7 min readApr 25, 2019

Publicado originalmente em Codesigners.cc

O título pode parecer até clickbait, mas não é! Esse foi o melhor título que pude pensar para demonstrar uma história real, a minha história com WordPress.
Então, bora ver como fazer sites do zero com WordPress pagou minhas contas nos últimos 8 anos!

Bom, tudo começou lá no final de 2011 para início de 2012. Até aquele momento eu havia apenas saído da faculdade e arrumado meu primeiro emprego como Designer em 2009, mas em 2011 me demitiram pois a empresa estaria se desfazendo do departamento de Projetos Especiais em que eu trabalhava.

Entretanto, uma parte que não contei é que, em paralelo ao meu emprego naquela época, eu havia participado como sócio de um escritório de design entre o final de 2008 e início de 2010. As coisas eram meio corridas e estranhas naquela época, mas eu era jovem, cheio de energia, e aguentava trabalhar até as 3h da madrugada nos projetos do estúdio, e chegar no emprego alguns minutos atrasado no dia seguinte.

Porquê eu estou falando do estúdio? Porquê foi lá que começou minha preocupação com a qualidade dos projetos de websites que fazíamos. Nos 3 projetos iniciais que tivemos, contratamos 2 programadores diferentes, e ambos além de atrasarem o prazo, não entregaram o site respeitando o design que havíamos feito. Isso incluía elementos desalinhados, cores incorretas, tipografia diferente da que estava no layout, e algumas coisas que quando clicávamos simplesmente não funcionavam (além de entregarem painéis administrativos bizarros).

Optamos por outro programador, mais dois sites e mais problemas… Nesse momento eu comecei a me interessar por como resolver estes problemas de interface por mim mesmo, e a estudar um pouco de HTML e CSS. Porém lembro-me como se fosse hoje que, estudar sem um ‘guia do caminho correto’, me fez ficar mais perdido do que cego em tiroteio.

A sociedade do escritório de design se desfez, continuei apenas no meu emprego e alguns meses depois, como já mencionei, fui demitido em 2011. Dessa forma, resolvi trabalhar por conta própria em casa, o famoso ‘freela full time’… o nome pode até parecer bonito (ou não), mas a realidade é uma grande armadilha.

Reclamações à parte da vida de freela, o que interessa aqui neste ponto é que finalmente eu entrei em contato com o WordPress. O que aconteceu foi que, já que eu era freela, eu precisava fazer meu site portfolio e me vender melhor. Eu até pensei em fazer meu site na plataforma famosa da época, o Carbonmade, mas eu também pensei que se eu pudesse fazer o site sozinho, e principalmente que esse site tivesse um painel administrativo para gerenciar conteúdo, eu teria um novo serviço para vender para meus clientes além de Identidades Visuais e materiais publicitários.

Uma pesquisada rápida no Google e descobri o WordPress em um artigo do site iMasters, e logo pensei: ‘Opa, isso aqui ta pra mim hein!’. Dali em diante comecei a estudar HTML e CSS vendo bastante conteúdo de blogs variados, e logo em seguida comprei um curso em vídeo aulas de sites do zero com WordPress (fato curioso para os mais jovens… naquela época o pessoal enviava o curso em um DVD via correios…hehehe).

Em menos de 1 mês eu terminei meu primeiro site portfolio, que era como na imagem abaixo:

Site Bruno Sousa V1 — Jan 2012

Fazer o meu site portfolio me deu coragem para começar a vender este serviço para clientes, e agora eu tinha como passar algumas seguranças para o cliente, porquê era eu mesmo quem iria fazer e não mais outro programador irresponsável:

  • O site teria um painel administrativo onde o cliente poderia alterar o conteúdo das páginas
  • O site teria um design exclusivo pensado para a finalidade do cliente, e com alta fidelidade quando publicado na web
  • Eu daria um treinamento para o cliente de como utilizar o painel administrativo
  • Eu poderia customizar o painel administrativo pra que ele ficasse amigável ao cliente e mostrasse apenas as funcionalidades que ele usaria
  • Eu poderia dar um prazo que eu saberia que iria entregar
  • Eu poderia dar manutenção no site posteriormente porquê fui eu mesmo quem fez

Eu poderia colocar algumas outras coisas na lista, mas acho que essas foram as principais naquele momento.

No período de 2011 a 2013 eu pude fazer inúmeros sites institucionais e blogs para diversos clientes, e em um dado momento já dava para perceber que cerca de 70% da minha renda como freelancer vinha dos sites que eu fazia com WordPress. Um fato curioso é que, alguns dos clientes que surgiram queriam apenas que eu arrumasse alguma coisa em algum site já pronto… daí eu explicava para a pessoa que aquilo era um template pronto que havia sido comprado por 50 dólares e mal implementado por alguém inexperiente, mas que eu poderia fazer um do zero e ter controle total. A maioria dos clientes que negociei e que estavam nesta situação, optaram por fazer um novo site do zero depois de eu explicar os prós e contras.

Site Bruno Sousa V2 — Dez 2012

Alguns sites depois, e muito mais estudos, eu já me sentia bastante confortável em fazer sites institucionais sob medida, e também em implementar alguns designs ‘diferentões’. Com o conhecimento de HTML, CSS e WordPress, eu podia implementar qualquer layout que eu desenhasse e ter o conteúdo gerenciável com WordPress.

Mais um tempo se passou e em 2013 eu e minha namorada abrimos nosso escritório de design. O mercado foi moldando nossa área de atuação aos poucos, e depois de uns 6 meses de trabalho percebemos que existia uma grande demanda por projetos de Design de Marca que fossem além de uma identidade visual simples.

Começamos a fazer nossas propostas de negócio de projetos de Design de Marca e Branding, e na proposta sempre incluíamos o site quando necessário. O custo do projeto de site, dependendo do escopo do projeto total, contemplava em torno de 15% a 35% do valor total do orçamento.

O tempo foi passando e, por algum motivo que não sei explicar, começaram a surgir muitos projetos somente de website. Acredito que talvez seja pelo fato de que entre 2014 e 2016 e ministrei alguns cursos de design de sites do zero com WordPress, e talvez isso tenha feito mais pessoas me conhecerem mais como ‘webdesigner de WordPress’ e a me procurar diretamente para isso, do que como designer da Dupplamente Design.

Algum tempo depois, fechamos o escritório de design. Logo em seguida encontrei um novo emprego trabalhando remoto para uma empresa Canadense. O contrato era para durar em torno de 3 meses, como designer de UX/UI. Entretanto, em um dado momento eu percebi que a empresa tinha várias submarcas, cada um com um site diferente, e que a maioria deles estava bem defasada. Conversei com o CEO e surgiu a oportunidade de fazer o redesign do site institucional da empresa. O pessoal gostou, pediram para refazer o segundo… e assim por diante.
Até hoje já fiz 8 sites para esta empresa e alguns outros subjacentes para projetos pessoais de algumas pessoas da mesma empresa.

Ter feito os sites desta empresa do Canadá também me rendeu algum networking internacional, que posteriormente acabou convergendo alguns projetos freela de site WordPress, recebendo em dólar.

Por fim, fazendo uma análise, percebi que no ano passado eu já havia contabilizado mais de 50 sites WordPress feitos do zero desde que comecei em 2011, fora os vários templates que já usei por opção do cliente, site builders em alguns casos onde encaixava, e outras soluções relativas à WordPress.

Parando pra pensar, o WordPress fez parte da minha vida nos últimos 8 anos, e tenho certeza que se não fosse por esta tecnologia open source, eu talvez não teria conseguido viver de design como sempre fiz desde que saí da faculdade. Outro ponto que percebi conforme tenho feito as Entrevistas da sessão PathFile aqui no Codesigners, tenho visto que a mesma história se repetiu para outros designers, em situações muito similares à minha.

Já contribuí para a comunidade WordPress escrevendo traduções de plugins, reportando bugs, reportando soluções que encontrei e que poderiam ajudar outras pessoas, fazendo doações em dinheiro para plugins que uso com frequência, e sempre tento demonstrar o quanto essa ferramenta é foda para a vida de um designer.

Sou muito grato à todos os envolvidos no projeto WordPress e torço para que continuem o bom trabalho.

Existem muitas outras ferramentas no mercado atualmente para que você, como designer, possa construir sites do zero. Muitas delas oferecem soluções onde você não precisa enconstar em 1 única linha de código sequer… mas também muitas delas que testei apresentam limitações. Se você quer liberdade total e um zilhão de possibilidades, de blog a e-commerce, de site institucional à rede social privada… você tem que conhecer o WordPress!

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