Cinco fases do CORONAVIRUS

Simone Pereira
CoiSas Que aConTecEm…
4 min readMar 30, 2020

E como sair delas

Por mais que tenhamos acesso à diversos meios de comunicação e estejamos estourando de tanta de informação, nenhum dado estatístico, médico científico ou econômico social pode explicar o que estamos sentindo agora, nesse momento da pandem…. Tá ok, ninguém aguenta mais falar no coron… errr, o que, mesmo?

Então, se as mídias esmiúçam mil planilhas sobre o cenário atual caótico, quem desenha nossa bagunça interior no jornal nacional?? Sim, estamos em caos interno também, pois estamos num momento de grandes perdas… não só de vidas à nossa volta ou do poderio econômico material previsto, mas tb estamos vivenciando a perda da liberdade de ir e vir, distanciamento de relações, perda das certezas que tínhamos [ou ilusões], sensação de perda do presente e de um futuro difuso, e com a saúde mental emocional à beira da perdição por conta disso. Uma catástrofe fora, outra dentro da gente….

Mais higiene com as mãos, e tb com a boca (vai no site )

Entre dados oficiais, formas de lavar as mãos, isolamento social e o uso de máscaras, será que entendemos MESMO esse momento a partir de nós mesmos?

E estamos sabendo lidar com o que sentimos? Pois é, tão preocupados estamos com higiene e dados, que entramos tod@s em luto, e nem nos percebemos…

Em latim ‘luto’ significa dor, mágoa, lástima, é um sentimento de tristeza profunda por uma perda. Mas esse sentimento é difícil digerir, não desce redondo, não. Segundo a teoria da psicóloga Elisabeth Kluber Ross, em situações críticas como essa, passamos por cinco fases emocionais e ‘não-necessariamente-nesta-ordem’.

Convenhamos, assim que fomos abatidos pela situação, a primeira coisa que eu e você fizemos foi NEGAR que estava acontecendo no Brasil. Não minta pra vc mesm@. No carnaval estávamos de boas com a galeris toda, curtindo, e na semana seguinte fomos ao cinema/shopping/show/barzinho, depois fomos visitar pais e dar um abração na vó …[ou similar] nénon?

A gente simplesmente se recusou a achar relevante que um outro ser humano estivesse contaminado em algum lugar do Brasil sei-lá-onde. E tem gente que ainda tá achando que é tudo mentira, presas nessa fase negacional por medo de enfrentar e se resolver com a realidade…

Depois a gente ficou emputecidos, claro…. “Pohha, logo agora que abri minha cafeteria???”, “Carajjo, justo quando eu iniciei aquele relacionamento legal!??”, “pombas, justo quando eu entro de férias fico enclausurad@???”, “Isso definitivamente NÃO É JUSTO COMIGO!”. A raiva deve ter vindo pra todes nós, pelo menos pra quem não ficou estatelad@ a fase da negação…

Ai, vem a pior das fases… a negociação. Pq será que a gente ainda acha que energias do além virão mudar algo do que está acontecendo? Escapismo a essa hora? Auto ilusão? A que preço?

Vamos ser realistas, não temos com quem negociar a realidade. É isso que está aí e ponto final. Aceita que dói menos. Negar pra sempre, se manter enraivecido ou fugir da realidade não vai ajudar ngm, nem vc mesm@.
E dar ouvido ao ‘presidente’ tb não. Ele tá ainda na negação, talkei?

Aí, súbito nos percebemos sem deuses ou pseudo heróis a nos acudir, então vem a apatia, que pode se seguir de uma deprê geral… Essa bagaça é tensa, e a pessoa só sai do estado catatônico se ela conseguir recuperar a lucidez perceptiva, a conscientização do mundo real.

Ok, é possível ficar triste, puto, estático, somos seres humanos, afinal. A questão é quanto tempo vamos ficar parados numa dessas fases, pois isso pode nos consumir muiiiiiita energia, e nos deixar bem debilitados. E é justamente o que não queremos nesse momento, né?
Então lembre-se: você não está sozinh@. Estamos todes nessa breca, f*didim juntim. ❤ E tenho certeza de que tem alguém em quem você pode se apoiar, conversar ou pedir ajuda (virtual se precisar!). Fale comigo no direct ❤

Se vc não percebeu, eu já to na fase do ‘vai ficar tudo bem’ kkk sim, a última fase é a aceitação, e é aqui que a gente começa a reagir! Acho que é quando a gente percebe que estamos respirando ainda… O pulso ainda pulsa”, diria a música dos Titãs.

Acho até que Elisabeth deveria ter incluído uma sexta fase: a fase do
“e agora, bora? Bora!”.
Eu teria chamado de ‘fase da resiliência’, mas na época essa palavra não era comum. Então, pra quem como eu já passou todas as fases preconizadas pela grande psicóloga Kluber Ross, tá na hora de arregaçar mangas, preparar um bom café especial novamente, rascunhar ideias, planejar sério e meter as caras pra fazer um novo futuro.

CRIE: aproveite o tempo livre!

A bunda tá presa no sofá? Ok, mas a cabeça pode ir longe, né? E tempo é o que não nos falta nesse momento! Lembre-se que Shakespeare viveu entre vários surtos de peste, e, enquanto se escondia da doença, escreveu livros incríveis!

E agora partiu, ser prático, ativo e criativo! Comecemos a tiquetaquear soluções, ajudar a quem precisa, sair do nosso próprio umbigo.

Vamos reencontrar propósitos, recriar o que não tava bom, “ser a mudança que se quer ver no mundo”. Vem comigo!

--

--

Simone Pereira
CoiSas Que aConTecEm…

Fusqueira letrada e terapeuta agrofloresteira que ama café. Ex cafeóloga que adora escrever e que voltou a ser terapeuta. A vida dá voltas.