Jonathan Edwards, George Whitefield e John Wesley sobre gritos e cair no Espírito

Vítor Carvalho Ferolla
Coisas velhas e coisas novas
3 min readMay 4, 2023

A severidade e intensidade das convicções durante os reavivamentos merecem um comentário. Estas não foram constantes, mas variaram de lugar para lugar. Houve conversões estupendas de pessoas de todas as idades. As manifestações ou fenômenos do reavivamento, tais como prostrações físicas, gritos, desmaios, etc., foram vistos em muitos lugares, tanto na Europa como na América. Foram refutados por uns e falsificados por outros. O livro “Tratado Sobre as Afeições Religiosas” de Jonathan Edwards, foi uma tentativa para responder às objeções e corrigir os abusos levantados contra tais fenômenos.

Talvez o relato mais espantoso de tais acontecimentos foi feito pelo próprio Jonathan Edwards ao comentar as experiências do reavivamento em Northampton em 1741 da seguinte forma: “Os meses de agosto e setembro foram os mais notáveis deste ano, por causa do surgimento de convicção de pecado, conversões de pecadores, grandes vivificações, despertamentos, confortos de professores e extraordinários efeitos externos de tais coisas. Era freqüente se ver uma casa cheia de gritos, desmaios, convulsões e coisas semelhantes, ora com tristeza, ora com admiração e alegria. Não era costume aqui se realizar reuniões a noite inteira, conforme se faziam em alguns lugares, nem estendê-las até muito tarde da noite; no entanto, ocasionalmente algumas pessoas foram afetadas sobremaneira e seus corpos dominados de tal modo que não puderam ir para casa, sendo então obrigadas a ficar a noite inteira na casa em que se encontravam.”

Obviamente Whitefield teve alguma dificuldade no princípio para aceitar tais fenômenos como sendo obra de Deus e não do diabo, pois, devido pensar assim, John Wesley teve que repreende-lo por censurar a soberania e o poder do Espirito Santo. Wesley faz uma observação em seu “Jornal” do dia 7 de julho de 1739: “Eu tive a oportunidade de falar com ele a respeito dos sinais externos que tão frequentemente acompanharam o trabalho interno de Deus. Descobri que as objeções dele se baseavam principalmente em interpretações errôneas e exageradas dos fatos. Mas no dia seguinte ele teve a oportunidade de informar-se melhor, pois logo depois de começar (na aplicação de seu sermão) a convidar todos os pecadores a crerem em Cristo, quatro pessoas caíram perto dele quase que no mesmo instante. Um deles permaneceu imóvel e inconsciente; um segundo tremia excessivamente; o terceiro teve fortes convulsões em todo o corpo, mas não fez barulho, a não ser com gemidos; o quarto, igualmente em convulsão, clamava a Deus com fortes choros e lágrimas. Daqui em diante, espero que todos nós permitamos que Deus continue Sua própria obra da maneira que Lhe aprouver.”

Portanto, tais evidências da obra do Espírito que resultou em conversão e santificação, demonstram a intensidade do reavivamento e o poder irresistível do Espírito em trazer a verdade à mente com tanta realidade e força. A grande maioria de acontecimentos dessa natureza só poderia ser atribuida à autoria divina.

E. Evans, Reavivamento: sua origem, progresso e realizações, p.24 e 25.

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