Esquerda de interior?
“Menos de 30 e não esquerdista: Sem Coração!
Mais de 30 e esquerdista: Burro!”
The Edukators
Todo poder emana do povo?!
Repristinação, Ontognosiologia, Parlamentarismo, Inconstitucionalidade…
Tridimensionalidade do Direito em Valor x Fato x Norma.
No direito temos claramente o que é obrigatório, o que é permitido e o que é admissível. O povo tem ideia do que seja isso? Alguém tem realmente ideia da linha que separa o teórico-do-prático?!
Mas querelas falaciosas à parte, seguimos: Digladiando-nos por um lugar ao sol (meros mortais)! Enquanto os bacharéis seguem bem treinados em manter o Status Quo — caótico “a despeito de sua enorme intelectualidade”.
Quantos ouvidos são necessários a um líder para que ouça o choro do povo? — Bob Dylan
Algum tempo atrás a definição era clara, e confesso grosseira, em minha cabeça:
- A esquerda preocupa-se com reformas sociais e quebra do status quo;
- A direita deseja manter a ordem como está;
Mas isso é, na prática, esquisito para alguém que morou toda a vida em uma cidade pequena, com uma mentalidade política bastante aflorada (Infelizmente por motivos dúbios, mas bastante ativa!); de modo que sempre se associou política a pessoas e não a partidos! Quando criança, a lógica era simples: havia o lado verde (do bem!) e o vermelho (do mal!) — ou o velho bacural e bicudo. Com o passar dos anos, a conjuntura mudou e o lado do “bem” tornou-se o lado do “mais” e “mais” e “mais” do mesmo. O partido passou por mudanças e tomou medidas que nos fizeram contestar até que ponto ele não se perdeu dentro de si mesmo.
Outra coisa que mudou foi a minha maneira de enxergar tudo isto. Enquanto curioso do estudo da história, me pareceu cada vez mais que o modelo brasileiro de fazer política advinha simplesmente dos senhores feudais que negociava vassalos e trocava proteção por um juramento de guerra quando fosse o momento. A impressão é que para a própria população da cidade seu bem estar coletivo era segundo plano, o importante era se haveria uma casa, uma feira ou remédios para os filhos…
Meu consolo era:
No interior é diferente! Em nível macro é que se faz política e os debates e as ideologias ganham vida!
Mas com o tempo tudo passou a se misturar…
Se eu não consigo aplicar um conceito político em minha cidade, para quê ele serve?
Onde há ideologia de esquerda (?!) ou direita (!?) num governo corrupto que avança, avança e avança rumo a um destino tão desconhecido por nós quanto aplaudido?
O que fazer com as etiquetas que colocamos nos partidos, quando a prática macro-política de conchavos e alianças revela-se tão mesquinha e pequena quanto os velhos Jingles de carros de som nas ruas e uma multidão alienada por um emprego na prefeitura?
Então como diabos eu posso ter orgulho de ser esquerdista — e me defino assim — se os representantes que escolhi demonstram que antes dos 30 eu apesar de ter coração já sou burro?
Há dois arquétipos nisso tudo tão clichês quanto verdadeiros:
a) TUDO em nossa sociedade gira em torno do jogo de interesses;
b) Todo povo tem os governantes que merecem;
Fico refletindo comigo mesmo: Será que somos tão ruins assim?