na garupa

Garupa
coletivo garupa
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2 min readMay 16, 2018

Desde seu início, a garupa trabalhou em duas frentes: a digital e a impressa.

Tendo como princípio explorar as fronteiras entre o digital e o impresso, a garupa nasce querendo transbordar os muros acadêmicos das universidades e olhar para além dos limites editoriais. Nesses quase quatro anos de trajeto, a viagem sempre foi nosso ponto de partida. E diante do escuro que é o contemporâneo, queremos mesmo é andar na garupa da bicicleta, na carroça puxada a burro, nas ideias, carrinho de rolimã, pegar carona com um desconhecido numa estrada em Johanesburgo. Assim, se reinventar, sair dos tradicionais eixos literários do país, sair do país, experimentando novas poéticas e novas maneiras de lidar com o texto poético.

A revista se dedica às artes, mas principalmente à poesia. Sua linha editorial parte de uma noção de poesia expandida, onde manifestações normalmente categorizadas como outras artes — cinema, fotografia, escultura etc. — ou como outros gêneros literários — ensaios críticos, contos — são tomados como poesia. O método de construção das edições foi em parte apropriado de revistas acadêmicas, que, como nós, abrem chamadas abertas para o envio de materiais. Junto a esse processo, convidamos a cada edição um designer para criar um projeto gráfico que dialogue com conceito móvel da revista. Depois, discutimos sobre textos, fotos, vídeos e produções artísticas para, então, selecionarmos aqueles que formarão o fio condutor da nova linha editorial. Assim, o coletivo visa mapear a produção contemporânea da forma mais democrática possível.

Na forma impressa, a garupa é também um selo editorial dedicado à poesia contemporânea. Sua principal característica é uma constante tentativa de partir do texto para o projeto gráfico do livro, através de um desejo de isomorfia. As primeiras tiragens são limitadas e aparecem sob a assinatura de edições especiais, com finalizações manuais e materiais imprevistos. Nosso desejo de democratização do texto poético passa menos por uma postura ativista e mais por uma desmistificação do que hoje é o senso comum no país ao que diz respeito à poesia: algo inalcançável, reservado aos homens das letras. Um desejo político, mas também estético — afinal, toda política é estética.

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Garupa
coletivo garupa

na bicicleta, no carrinho de rolimã, nas ideias, uma revista digital, um selo de poesia, uma editora, um coletivo levando desconhecidos a pegar carona