Entregue-se à sua coragem

Isabella Morais
Coletivo Yama
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4 min readJun 23, 2020
pessoa no meio do mar olhando para o infinito e o sol está nascendo
Photo by frank mckenna on Unsplash

Outro dia estava pensando como é simples falarmos sobre ter coragem, agir de forma corajosa, abraçar as nossas vulnerabilidades, acolher nossas inseguranças.

Saímos das rodas com amigos e papos-cabeça empolgados com a possibilidade de agirmos de forma corajosa, até porque coragem quer dizer agir de coração.

E..Quem não quer agir de coração?

Todo mundo. Mas, nem sempre é fácil. Quando você menos espera precisa encarar uma reunião importante. E dizer que não conseguiu fazer o planejamento, porque não acreditava que aquele seria o melhor caminho, mas que tinha uma nova proposta. Porém você não sugeriu, porque parecia que não podia. Afinal de contas quem é você?

Você pensa: “Eu preciso acolher minhas inseguranças, preciso dizer que tenho outra proposta. Não tenho que ter vergonha de propor algo.”

Simplesmente falta coragem. Coragem de arriscar um novo palpite, coragem para se expor, coragem para entender que abraçar a vulnerabilidade não é fácil assim.

Brené Brown, pesquisadora e escritora de livros sobre a vulnerabilidade nos diz:

“Vulnerabilidade tem a ver com compartilhar nossas experiências com pessoas que conquistaram o direito de conhecê-las. Estar vulnerável e aberto passa pela reciprocidade e é uma parte integrante do processo de construção de confiança.”

Então, será que as pessoas que trabalham conosco não possuem o direito de conhecer nossas vulnerabilidades porque não temos confiança um no outro? Possivelmente sim.

O que é confiança?

Confiança tem origem do latim “confidentia” que significa “acreditar plenamente, com firmeza, crer, fé”. Saber da origem ajuda a entender o quão essencial a confiança pode ser entre as pessoas de uma equipe. É preciso acreditar que as pessoas que fazem parte do seu time estão trazendo boas ideias, têm experiências anteriores e que podem agregar.

Quando existe verdadeira confiança as pessoas se tornam mais seguras para poderem contribuir, questionar e provocar. Nesse aspecto, a confiança é o estímulo para que surjam novas ideias e para que as pessoas se exponham.

A boa notícia é que ao se entregar à sua coragem você será capaz de assumir suas vulnerabilidades e criar ambientes de confiança no trabalho e nas relações com familiares e amigos.

criança na areia da praia tentando se levantar para andar
Photo by Jordan Christian on Unsplash

Para começar a trabalhar a coragem dentro de nós é preciso aceitar que ser uma pessoa corajosa exige esforço.

Experimentamos a coragem nos primeiros anos de vida quando começamos a andar. Não sabemos ainda que somos seres inseguros, mas já entendemos os riscos da exposição. Pode doer fisicamente ou emocionalmente.

Ao longo do nosso crescimento associamos a coragem às pessoas fortes, seguras de si e acabamos sendo levados à armadilha mais comum: a comparação. Nos comparar com os outros nos faz esquecer que conhecemos apenas parte da história da outra pessoa. Então, pode até ser que pessoas corajosas sejam mais fortes, mais seguras de si, porém isso não quer dizer que elas não trabalhem diariamente para serem assim.

Muitas vezes a falta de coragem tem a ver com o medo. Medo de arriscar um novo emprego, medo de dizer que não ama mais, medo de magoar alguém, medo de passar vergonha. Mas é combatendo o medo que a coragem ganha espaço. É necessário que busque uma estratégia para combater o medo.

A má notícia é que você só vai descobrir qual a melhor estratégia tentando. Pode doer, machucar, mas quando encontrar será valioso.

Quando criança a estratégia era se segurar no sofá, na perna da mãe ou simplesmente olhar para frente e ir.

E no ambiente de trabalho?

Para combater o medo de falar no grupo do trabalho que você tem uma nova proposta, que acha ela melhor vai uma dica:

Porque você não tenta respirar fundo? Preencha o seu corpo de segurança e inspiração. Lembre-se da sua história. Você estudou, se dedicou, passou maus bocados para chegar até ali.

Crie a sua própria identidade. Crie a sua própria estratégia para ter coragem.

De uma coisa eu tenho convicção, a gente não percebe o quanto somos corajosos ou corajosas até precisar sermos.

Entregue-se à sua coragem. Entregue-se de coração.

mulher olhando para o infinito de um mar em pleno pôr do sol.
Photo by Fuu J on Unsplash

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Isabella Morais
Coletivo Yama

Integrante do @coletivoyama. Praticante de yoga, apaixonada por comunicação não-violenta, empatia e gentileza.