A internet, explica

Por Timothy B. Lee | tim@vox.com | Update 14 de maio de 2014, 12:38 EDT

Marco Bruno
CollabCode
12 min readJun 20, 2022

--

Versão original desse post está em Inglês: https://www.vox.com/2014/6/16/18076282/the-internet

O que é a internet?

A internet é a maior e mais popular rede de computadores do mundo. Começou com um projeto de pesquisa acadêmica em 1969 e se tornou um rede comercial global nos anos 90. Hoje é usada por mais de 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo.

A internet é notável pela sua descentralização. Ninguém é o dono da internet ou controla quem pode se conectar a ela. Em vez disso, milhares de organizações diferentes operam suas próprias redes e negociam acordos de interconexão voluntária.

A maioria das pessoas acessam a internet usando um navegador web. De fato, a web se tornou tão popular que muitas pessoas tratam incorretamente e a web como sinônimos. Mas na realidade, a web é apenas um das muitas aplicações da internet. Outras aplicações populares da internet incluem, email e BitTorrent.

Onde está a internet?

A internet tem três partes básicas:

  • The last mile é a parte da internet que conecta casas e pequenos negócios à internet. Atualmente, cerca de 60 percent das conexões residenciais de internet nos Estados Unidos são fornecidas por empresas de TV a cabo, com a Comcast e a Time Warne. Dos 40 por cento restantes, uma fração crescente usa novos cabos de fibra ótica, a maioria dos quais fazem parte do programa FiOS da Verizon ou do U-Verse da AT&T. Finalmente, um número significativo, mas decrescente, utliza serviços DSL desatualizados fornecidos através de cabos telefônicos.
  • The last mile também incluem as torres que permitem pessoas acessar a internet com seus celulares. O serviço de internet wireless é responsável por uma grande e crescente participação de todo o uso da internet.
  • Data centers são salas cheias de servidores que armazenam dados de usuários e hospedam aplicativos e conteúdos on-line. Alguns são propriedades de grandes empresas como Google e Facebook. Outros são instalações comerciais que prestam serviços a muitos sites menores. Data centers tem um conexão de internet muito rápida, permitindo-lhes servir a muitos usuários simultaneamente. Data centers podem ser localizados em qualquer parte do mundo, mas muitas vezes estão localizados em áreas remotas onde a terra e a eletricidade são baratas. Por exemplo, Google, Facebook e Microsoft construíram vastos data centers em Lowa.
  • O backbone consistem em redes de longa distâncias — principalmente em cabos de fibra ótica — que transportam dados entre os centro de dados e os consumidores. O mercado de backbone é altamente competitivo. Os provedores de backbone conectam freqüentemente suas redes em pontos de troca de internet, geralmente localizados nas principais cidades. O estabelecimento de uma presença nos IEPs torna muito mais fácil para os fornecedores de backbone melhorar suas conexão com outros.
Cabos em um ponto de troca na Internet.

Quem criou a internet?

A internet começou como *ARPANET,* uma rede de pesquisa acadêmica que foi financiada pela Advanced Research Projects Agency dos militares (ARPA, agora DARPA). O projeto foi liderado pelo Bob Taylor, um administrador da ARPA e a rede foi construída [ela empresa de consultoria Bolt, Beranek e Newman. Essas operações começaram em 1969.

Em 1973, software engineers Vint Cerf e Bob Kahn começaram trabalhando no próximo gerações de padrões da rede para a ARPANET. Esses padrões, conhecidos como TCP/IP, começou a fundação para a internet moderna. ARPANET passou a usar TCP/IP em 1º de Janeiro de 1983.

Durante os anos 80, o financiamento da internet foi transferido dos militares para a National Science Foundation. A NSF financiou as redes de longa distância que serviram como backbone da internet de 1981 até 1994. Em 1994, o Clinton Administration passou o controle sobre o backbone da internet para o setor privado. Desde então, tem sido operado e financiado de forma privada.

AI Gore inventou a internet?

O ex-vice-presidente AI Gore é frequentemente citado com créditos pela invenção da internet, mas o que ele realmente disse em uma entrevista à CNN em 1999 foi “I took the initiative in creating the internet” (Eu tomei a iniciativa de criar a internet). Gore foi amplamente ridicularizado por esta declaração. Mas os homens que inventaram a internet, os designers do TCP/IP Bob Kahn and Vint Cerf, escreveram na defesa de Gore em 2000. Eles argumentaram que Gore foi “the first political leader to recognize the importance of the internet and to promote and support its development.” (o primeiro líder politico a reconhecer a importância da internet e a promover e apoiar seu desenvolvimento).

“Já nos anos 70 Gore promoveu a idéia de telecomunicação de alta velocidade”, escreveu a dupla.”Como senador nos anos 80, Gore exortou as agências governamentais a consolidar o que na época eram várias dezenas de redes diferentes e desconectadas em uma ‘Rede Interagencial’.” Gore patrocinou a Lei de Informática e Comunicação de Alto Desempenho de 1991, que Kahn e Cerf dizem “tornou-se um dos principais veículos para a difusão da internet além do campo da informática”.

Quem administra a internet?

Ninguém administra a internet. Está organizada como uma rede descentralizada de redes. Milhares de empresas, universidades, governos e outras entidades operam suas próprias redes e trocam tráfego umas com as outras com base em acordos de interconexão voluntária.

Os padrões técnicos compartilhados que fazer a internet funcionar são gerenciados por uma organização chamada Internet Engineering Task Force. A IETF é uma organização aberta; qualquer pessoa é livre para participar de reuniões, propor novas normas e recomendar mudanças nas normas existentes. ninguém é obrigado a adotar normas endossadas pela IETF, mas o processo decisório consensual da IETF ajuda a garantir que suas recomendações sejam geralmente adotadas pela comunidade da internet.

A Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN) é às vezes descrita como sendo responsável pela governança da Internet. Como seu nome implica, a ICANN é responsável pela distribuição de nomes de domínio (como vox.com) e endereço de IP. mas a ICANN não controla quem pode se conectar à Internet ou que tipo de informação pode ser enviada através dela.

O que é um endereço de IP?

Os endereços Internet Protocol são números que os computadores utilizam para se identifcarem uns aos outros na Internet. Por exemplo, um endereço IP para vox.com é 216.146.46.10.

Um departamento da ICANN conhecido como Internet Assigned Numbers Authority é responsável pela distribuição de endereços IP para garantir que duas organizações diferentes não utilizem o mesmo endereço.

O que é IPv6?

O padrão atual da Internet, conhecido como IPv4, permite apenas cerca de 4 bilhões de endereço IP. Este era considerado um número muito grande nos anos 70, ma hoje, o fornecimento de endereços IPv4 está quase esgotado.

Assim, os engenheiros da Internet desenvolveram um novo padrão chamado IPv6. O IPv6 permite um número impressionante de endereços únicos — o número exatado tem 39 dígitos — garantindo que o mundo nunca mais se esgote.

No início, a transação para o IPv6 foi lenta. O trabalho técnico sobre o padrão foi concluído no anos 90, mas a comunidade da Internet enfrentou um sério problema de galinha e ovo: enquanto a maioria das pessoas estavam usando IPv4, havia pouco incentivo par que alguém mudasse para IPv6.

Mas como os endereços IPv4 se tornaram escassos, a adoção do IPv6 se acelerou. A fração de usuário que se conectaram ao Google via IPv6 cresceu de 1% no início de 2013 para 6% em meados de 2015.

Como funciona a internet wireless?

Em seu primeiros anos, o acesso à Internet era feito através de cabos físicos. Mas, mais recentemente, o acesso wireless à Internet tem se tornado cada vez mais comum.

Há dois tipos básicos de acesso wireless à Internet: wifi e celular. Redes wifi são **relativamente simples. Qualquer pessoa pode adquirir equipamentos de rede wifi para fornecer acesso à Internet em uma casa ou empresa. As redes wifi utilizam espectro não licenciado: frequências eletromagnéticas que estão disponíveis para que qualquer pessoa as utilizem sem custo. Para evitar que as redes dos vizinhos interfiram umas com as outras, existem limites rígidos de potências (e, portanto, de alcance) das redes wifi.

As redes celulares são mais centralizadas. Elas trabalham dividindo o território de serviços em celas. Nas áreas mais densas, as células podem ser tão pequenas quanto um único bloco de cidade; em áreas rurais, uma célula pode ter quilômetros de extensão. Cada célula tem uma torre em seu centro prestando serviços aos dispositivos ali instalados. Quando um dispositivo se move de uma célula para outra, a rede desliga automaticamente o dispositivo de uma torre para outra, permitindo que o usuário continue a se comunicar sem interrupção.

Células são muito grandes para utilizar o espectro não licenciados e de baixa potência utilizado pelas redes wifi. Em vez disso, as redes de celulares usam espectro licenciados para seu uso exclusivo. Como esse espectro é escasso, geralmente é concedido por leilão. Os leilões wireless têm gerado dezenas de bilhões de dólares em receitas para o tesouro norte-americano desde que o primeiro foi realizado em 1994.

O que é cloud?

A cloud descreve uma abordagem para à computação que se tornou popular no início dos anos 2000. Ao armazenar arquivos em servidores e fornecer software pela Internet, a computação em nuvem (cloud computing) proporciona aos usuários uma experiência computacional mais simples e mais confiável. Cloud computing permite que consumidores e empresas tratem a computação como uma utilidade, deixando os detalhes técnicos para as empresas de tecnologia.

Por exemplo, nos anos 90, muitas pessoas usaram o Microsoft Office para editar documentos e planilhas eletrônicas. Elas armazenavam documentos em seus discos rígidos. E quando uma nova versão do Microsoft Office era lançada, os clientes tinham que comprá-la e instalá-la manualmente em seus PCs.

Em contraste, o Google Docs é uma suíte de escritório em nuvem. Quando uma usuária visita docs.google.com, ela automaticamente recebe a última versão do Google Docs. Porque seus arquivos são armazenados nos servidores do Google, eles estão disponíveis em qualquer computador. Melhor ainda, ela não tem que se preocupar em perder seus arquivos em uma falha do disco rígido — a Microsoft agora tem sua própria suíte de escritório em nuvem chamada Office 365.

Há muitos outros exemplos. Gmail e Hotmail são serviços de e-mail em nuvem que substituíram em grande parte os clientes de e-mail desktop, como Outlook. Dropbox é um serviço de computação em nuvem que sincroniza automaticamente os dados entre dispositivos, evitando que as pessoas tenham que carregar arquivos em disquetes. O iCloud da Apple copia automaticamente as músicas e outros arquivos dos usuários de seu computador desktop para seus dispositivos móveis, poupando aos usuários o incômodo de sincronizar atrav;es de uma conexão USB.

Computação em nuvem também está tendo um grande impacto para as empresas. Nos anos 90, as empresas desejam criar um site necessário para comprar e operar seus próprios servidores. Mas em 2006, amazon.com lançou a Amazon Web Services, que permite aos clientes alugar servidores por hora. Isso diminuiu a barreira de entrada para criação de websites e tornou muito mais fácil para os sites expandirem rapidamente a capacidade à medida que se tornam mais populares.

O que é pacote (packet)?

Um pacote é a unidade básica de informação transmitida pela Internet. A divisão das informações em peças pequenas e digeríveis permite que a capacidade de rede seja utilizadas de forma mais eficiente.

Um pacote têm duas partes. O header contém informações que ajudam o pacote a chegar a seu destino, incluindo o tamanho do pacote, sua origem e destino, e um valor de soma de controle que ajuda o destinatário a detectar se um pacote foi danificado em trânsito. Após o cabeçalho, vêm dados reais. Um pacote pode conter até 64 kilobytes de dados, o que corresponde a cerca de 20 páginas de texto simples.

Se os roteadores da Internet estiverem congestionados ou com outros problemas técnicos, eles podem lidar com isso simplesmente descartando os pacotes. É responsabilidade do computador remetente detectar que um pacote não chegou ao seu destino e enviar outra cópia. Esta abordagem pode parecer contraintuitiva, mas simplifica a infraestrutura central da internet, levando a um maior desempenho e um custo mais baixo.

O que é o World Wide Web (“Internet”)?

O World Wide Web é uma forma popular de publicar informações na internet. A web foi criada por Timothy Berners-Lee, um programador de computadores da organização européia de pesquisa científica CERN, em 1991. Os hyperlinks suportados pela web permitem aos usuários navegar de um documento para outro com um simples click.

Com o tempo, a web se tornou cada vez mais sofisticada, suportando imagens, audio, vídeo e conteúdos interativos. Em meados da década de 90, empresas como Yahoo e Amozon.com começaram a construir negócios baseados na web. Na década de 2000, foram criadas as aplicações completas na web, tais como Yahoo Maps e Google Docs.

Em 1994, Berners-Lee criou a Workd Wide Web Consortium (W3C) para ser a organização de padrões oficiais da internet. Ele ainda é o diretor da W3C e continua a supervisionar o desenvolvimento de padrões web. Entretanto, a web é uma plataforma aberta e a W3C não pode obrigar ninguém a adotar sua recomendações. Na prática, as organizações com maio influência sobre a web são, Microsoft, Google, Apple e Mozilla, as empresas que produzem os principais navegadores da internet. Quaisquer tecnologias adotadas por estes quatro se tornam padrões web de fato.

A web se tornou tão popular que muitas agora a consideram como sinônimo da própria Internet. Mas tecnicamente, a web é apenas uma das muitas aplicações da Internet. Outras aplicação incluem email e BitTorrent.

O que é um navegador web?

Um navegador é um programa de computador que permite usuários baixarem e visualizar websites. Navegadores estão disponíveis para computadores, tablets e telefones celulares.

O primeiro navegador amplamente usado foi o Mosaic, criado por pesquisadores da University of Illinois. A equipe do Mosaic mudou-se para California para fundar a Netscape, que construiu o primeiro navegador web de sucesso comercial em 1994.

A popularidade da Netscape foi logo eclipsada pelo **Internet Explorer** da Microsoft, mas uma versão do código aberto do navegador da Netscape tornou-se o moderno navegador Firefox. A Apple lançou seu navegador Safari em 2003, e Google lançou um navegador chamado Chrome em 2008. Até 2015, Chrome tinha crescido para ser navegador web mais popular com uma participação de mercado em torno de 50%. Internet Explorer, Firefox e Safari também tiveram participação significativa no mercado.

O que é SSL?

SSL, abreviação de Secure Sockets Layer, é uma família de tecnologias que permitem aos usuários da web proteger a privacidade das informações que transmitem pela internet.

Quando você visita um website seguro como o Gmail.com, você verá um cadeado ao lado da URL, indicando que suas comunicações com o site estão criptografadas. Veja como isso se parece no navegador Chrome do Google:

Este cadeado deve sinalizar que terceiros não são capazes de ler nenhum informação que você envia ou recebe. Por baixo dos panos, SSL realiza isso transformando seus dados em uma mensagem codificada que só o destinatário sabe decifrar. Se uma parte maliciosa estiver ouvindo a conversa, ela só verá uma seqüência aleatória de caracteres, não o conteúdo dos seu emails, posts no Facebook, números de carão de crédito ou outras informações particulares.

SSL foi introduzido pela Netscape em 1994. Em seus primeiros anos, era usado apenas em alguns tipos de websites, tais com sites de bancos on-line. No início dos anos 2010, Google, Yahoo e Facebook usavam criptografia SSL para seus sites e serviços on-line. Mais recentemente, tem havido um movimento no sentido de tornar universal o uso de SSL. Em 2015, Mozilla anunciou que futuras versões do navegador Firefox tratariam a falta de criptografia SSL como uma falha se segurança, como uma forma de incentivar todo os websites a atualizarem. Google está considerando dar o mesmo passo com o Chrome.

O que é o Domain Name System (Sistema de Nomes de Domínio)?

O Domain Name System (DNS) é o razão pela qual você pode acessar Vox digitando vox.com em seu navegador em vez de um endereço numérico difícil de lembrar, tal como 216.146.46.10.

O sistema é hierárquico. Por exemplo, o domínio .com é administrado por um companhia chamada Verisign. Verisign atribui sub-domínios como google.com e vox.com. Os proprietários desses domínios de segundo nível, por sua vez, podem criar subdomínios como email.google.com e maps.google.com.

Porque websites populares usam nomes de domínio para se identificar ao público, a seguraça do DNS se tornou uma preocupação crescente. Tanto os criminosos quanto os espiões do governo procuram comprometer o DNS a fim de imitar sites populares como facebook.com e gmail.com e interceptar suas comunicações privadas. Um padrão chamado DNSSEC procura reforçar a segurança do DND com criptografia, mas poucas pessoas a adotaram.

Quem decide que nomes de domínio existem e quem os obtém?

O domain name system é administrado pela Internet Coporation for Assigned Names e Numbers (ICANN), uma organização sem fins lucrativos com base na California. ICANN foi fundada em 1998. Foi-lhe concedida autorirade sobre o DNS pelo US Commerce Department (Departamento de Comércio dos EUA), embora tenha afirmado cada vez mais usa independência em relação ao governo do EUA.

Há dois tipos de nomes de domínio. O primeiro são domínios genéricos de primeiro nível (gTLDs), como .com, .edu, .org e .gov. Como a Internet é originária dos Estados Unidos, esses domínios tendem a ser mais populares lá. A autoridade sobre esses domínios é geralmente delegada a organizações privadas.

Há também domínios de primeiro nível com código de país (ccTLDs). Cada país do mundo tem seu próprio código de 2 letras. Por exemplo, o ccTLD para o Estados Unidos é .us, o do Reino Unido é .uk, a da China é .cn. Esses domínios são administrados pelas autoridades de cada país. Apenas ccTLDs, tais como .tv (para a nação insular de Tuvalu) e .io (o Território Britânico do Oceano **Índico), se tornaram populares para uso fora de seus países de origem.

Em 2011, a ICANN votou para tornar mais fácil a criação de novos gTILDs. Como resultado, pode haver dezenas ou mesmo centenas de novos domínios nos próximos anos.

--

--

Marco Bruno
CollabCode

Migrei de palhaço para Dev. Front-End/UX e agora eu trabalho como streamer de código