Uma semana de home office e já temos aprendizados

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3 min readApr 7, 2020

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‘Mano do Céu’ é a expressão que mais estou utilizando esses dias. Mentira, ‘Sen-Nhor!’ também foi bastante usado.

Que coisa mais maluca estamos vivendo; confinados, atrás das telas, banhados a álcool gel.

Eu sou uma pessoa de pessoas. Eu gosto de ver gente, sempre fui resistente ao home office desnecessário, porque para mim a beleza das empresas, das nossas pelo menos, estava na troca, na conversa, no toque, nas reuniões, encontros no café, piscina, nos fumódromos, happy hour, na hora do almoço ao tocar do sino, nos encontros com clientes e, principalmente, na criatividade. Para mim, ela surgia e crescia com esse convívio. Ledo engano. Meu maior aprendizado nesses 5 dias confinada na minha confortável sala de jantar multi-uso, é que sim, as pessoas produzem, e produzem muito em home office. Basta ter disciplina e processos. Basta engajamento, basta nós querermos.

Em uma semana, repensei muita coisa, talvez por isso as insônias e enjôos constantes. A ansiedade de entender se teríamos capacidade de continuar nossa caminhada distantes fisicamente era algo que estava me atormentando. Nem eram tanto as péssimas perspectivas da economia e mercado, mas sim o fato de que tínhamos entregas e para mim a qualidade e a pontualidade se relacionavam diretamente ao espaço físico e à proximidade das pessoas. Errei. Errei feio, errei rude.

Errei porque não confiei na capacidade dos colaboradores e de nós líderes em levarmos essa demanda adiante. Errei porque acreditei que o rendimento ia cair e ele aumentou. Errei porque achei que a qualidade ia ser comprometida, só que não.

Entendi como é importante a cultura da minha empresa e a construção nesses 16 anos de um ambiente delicioso, elogiado por todos. E não só isso. Percebi que fazemos reuniões muito longas, muitas inúteis aliás, e que sim, poderiam ser resolvidas por email. Refleti que o nosso ócio no trabalho pode ter a ver com um modelo ainda engessado que pode ser revisto. Meu sócio Marcelo sempre quis trabalhar de um jeito diferente em relação ao ESTAR no escritório. Veja só, precisou de uma pandemia — da qual, aliás, muitos ainda ignoram a gravidade, pobre deles — para me fazer repensar todo nosso modelo de negócio. Continuamos juntos. Sexta teve até até happy hour online. Afinal de contas, não é apenas o dinheiro que nos move, ainda bem!

Obrigada

Vanessa Queiroz Co-fundadora, Designer e Novos negócios do Colletivo

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