Consciência Negra: Olhe ao seu redor. Quantos pretos você vê e quais postos eles ocupam?

Onde você está agora? Faculdade, bar, happy hour, trabalho, etc.

Olhe ao seu redor e me diga o que você vê ou, melhor, quem você vê. Quantos negros estão nos lugares que você frequenta, e além disso, quais postos eles estão ocupando?

Note como quanto maior o seu poder aquisitivo e, maior o poder aquisitivo dos lugares que você frequenta, menos pretos você verá ou os vera em papéis específicos e repetidos: Garçons, atendentes, faxineiros, camareiras.

Não estou menosprezando profissão alguma, não é está a finalidade de minha publicação. Cada um é livre em trabalhar no que quiser e ocupar o papel que quiser na sociedade, eu disse, “que quiser” e não o que é obrigado a ocupar por falta de oportunidade e privilégios que para alguns é algo tão orgânico que a autopercepção é indiscutível, não há abertura para isso.

Hoje no Brasil, temos uma média de 57% de pessoas autodeclaradas negras, em Curitiba este número chega em quase 30% e, meus amigos e amigas, digo a vocês, a cada 100 pessoas dos locais que frequento não enxergo 30 negros, normalmente tem um, eu.

Além de toda questão histórica do dia de hoje, enquanto este for o cenário do Brasil, está falta de representatividade em espaços sociais e excesso em espaços “marginais” como cadeias e profissões das beiradas sociais, será necessário sim, um dia para discutir, lembrar, enaltecer e ver a importância da consciência negra.

“Consciência”, etimologicamente, vem do termo latino conscientia, conscire = estar ciente.

E você, está ciente de seus privilégios e dos espaços que ocupa?

Texto: Juliano Trevisan