Jorge

Jorge desde que chegou já mostrou ao que veio. Não para quieto um minuto, implica com o Miau, pula em cima do Tião enquanto se embola na rede, corre pela casa entrando igual um louco no tubo para gatos que fica espalhado pelo corredor, qualquer papel, elástico, fiapo, mosquito, fita, isqueiro vira brinquedo, além dos 383 brinquedinhos que eles já tem e que ficam espalhados por todos os lados.

Ele não curte muito chamego e colo, ele se contorce igual uma lacraia eletrocutada toda vez que tento esmagá-lo com meu amor, beijos são na base da marra, os cafunés só quando solicitados pelo pequeno sobrancelhudo de olho amarelo esbugalhado, porém, de uns dias para cá, tenho notado um comportamento bem fora do habitual: 3 contadas vezes ao dia ele deixa seu normal modo de viver “born to be wild” para tirar qualquer coisa do caminho que possa estar atrapalhando “nosso momento”. Seja notebook, celular, atenção a televisão, ele apenas sobe no meu colo, mia e pede pra ser acarinhado. Nesses 5, 6 minutos, paro tudo que estou fazendo e fico ali, com o Jorge no colo, ouvindo o ronronar dele, fazendo carinho, dando beijinhos, até que de um salto ele some pra implicar novamente com o Tião, correr de novo pela casa, dar um tapa no Miau, e as outras inúmeras traquinagens típicas dele.

Apelidei esses momentos de “doses medicinais de amor”, é meu remédio de amor 3 vezes ao dia. Ele sabe que estou precisando muito nesse momento e resolveu “me medicar”.

Deixo aqui esse simples relato para que todos reflitam, entendam, tenham empatia e amem mais. Busquem sempre entender e não julgar, a depressão é uma doença grave e pode matar. Nem todo mundo tem apoio e pede ajuda, estejam sempre atentos.

Obrigada.