Agradecimentos

Dri Kimura
Comprar as flores ela mesma
3 min readJun 1, 2017

O aprendizado no jornalismo vem das histórias e as histórias só existem pelas pessoas. Minha maior conquista com este projeto sempre será ter me transformado a partir de pessoas para contribuir em transformar outras pessoas. Este é o agradecimento que abre o livro. Obrigada, mesmo a quem não aparece nominalmente aqui. Suas histórias salvam minha vida.

Eu arriscaria, e talvez devesse, investigar as origens de cada elemento que, se faltasse, poderia muito bem ter mudado tudo. Agradecer a todas as pessoas que me disseram palavras desimportantes em dias ordinários e, também, às que permaneceram na sabedoria do silêncio — que sempre me deixou desconcertada. Mesmo as ideias que não vingaram, sei que são fundamentais.

Como perde o ambicionado efeito de prestígio tudo aquilo que se faz de modo muito abrangente ou generalista, serei breve e arriscarei uma dose de objetividade delimitada. Agradeço — por ter sido minha primeira decisão e meu maior acerto — a Mauro de Souza Ventura, orientador deste projeto, exemplo de intelectualidade e de vida, meu revisor, minha inspiração e Professor impecável nas horas vagas. Obrigada por sempre acreditar — não importando a ousadia do meu atraso nem a mirabolância dos meus palpites — em mim. Escrevo isto muito antes do fim e só acredito, já agora, porque você me disse que conseguiremos.

Carol, obrigada por um dia muito antes de hoje, quando você me disse que eu poderia escrever um conto de mistério sobre uma casa tenebrosa. Essa sugestão, de que você certamente não se lembra mais, me fez compreender que não é preciso mais que papel e caneta. Eu te agradeço por aquele dia no clube, quando você me assustou na medida certa e em seguida se redimiu com os “panos quentes” do no final, sempre dá. Não fosse isso de acreditar piamente nos efeitos exponenciais da escrita, estaríamos todos perdidos. Obrigada por ter sido a pessoa que mais conviveu comigo no mês anterior à entrega — fácil nós sabemos que não foi — e por sempre compartilhar comigo essa coisa toda que significa ser mulher.

Pai e mãe, ouvi dizer que uma mulher precisa ter um quarto só para si se quiser escrever. Obrigada pelo amor sem ressalvas, pelos caprichos concedidos, pelos exemplos cotidianos, pelos recursos e por, em última análise, me fazerem vingar. Sem vocês, eu nada seria — e tomara que seja perdoado o clichê em casos de pai, de mãe e de amor.

Agradeço às fontes, que não tinham motivo nenhum para aceitarem conversar comigo, mas que me trataram como uma jornalista de credencial e renome — no bom sentido –, mesmo sabendo que a entrevista era justamente mais um passo — o derradeiro — rumo a esse tal diploma. Obrigada a Seane Melo, Conceição Evaristo, Eliane Brum, Jenyffer Nascimento, Brena O’Dwyer, Taís Bravo e Carol Bensimon. Nada me ensinou tanto neste trabalho quanto as conversas com vocês.

Agradeço a Isis, por ter sido pioneira em escrever um livro em um mês e assim, mesmo a contragosto, me mostrar que era possível. A Mariana Amud, pela companhia de sempre e pela intelectualidade toda de tantas idas a lançamentos de livros em um único ano — retomaremos as atividades em março. Michael, obrigada por ser meu amigo, meu editor, meu compartilhador de trechos, palpites teóricos, notícias bizarras e experimentos estéticos — beleza>conteúdo. A Igor Postiga, por tornar tudo literalmente mais bonito e aprazível e por trazer em tempo um baú de fontes riquíssimas — sem as quais este livro não seria este livro — para esta reportagem. Felipe Navarro — imagine que eu te chamasse assim, Bags -, agradeço a você em nome de todas as fontes que acabaram sendo utilizadas quase sem permissão, por terem falado comigo, como quem não quer nada, sobre algo interessante demais para que eu deixasse de lado — obrigada pelos GIFs que alegraram o mês de desespero e escrita intensa. Aproveito os ensejos todos para agradecer a todos que dividiram cervejas e confidências, angústias e esperanças (Grafite, obrigada pelas confissões de um relatório extremamente atrasado; diz muito sobre nossa relação conflituosa com deadlines nessa graduação). Especialmente, agradeço pela fé de quem me deu força moral nisto aqui. Guilherme, obrigada por dizer com todas as letras e quase sempre que: dri, você vai se tornar uma escritora, fotógrafa de interiores.

Obrigada a todos que, de um jeito ou de outro, fazem parte desta poesia toda.

O direito da mulher à individualidade, à complexidade intelectual e à profundidade psicológica na literatura; eis o incentivo e a busca do livro-reportagem Comprar as flores ela mesma. Depois de apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso, em reimpressão, versão corrigida e devidamente autografada ;)

Porque precisamos nos dar ao trabalho de ler, nos deixarmos escrever e assim nos interpretarmos: mulheres.

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