Google Data Studio para visualização de dados: primeiros passos

Victoria Aires
Computando Arte
Published in
5 min readJun 23, 2021

Explorando alguns recursos dessa ferramenta para criação de dashboards simples e interativos.

Photo by Myriam Jessier on Unsplash

Ao trabalharmos com dados, a visualização e apresentação dos mesmos pode acabar tornando-se um problema. No meu dia a dia, possuo dados numerosos e complexos armazenados em planilhas. E então, passei a ter dificuldade de visualizar, analisar e, principalmente, apresentar esses dados a terceiros.

Nesse contexto, uma solução é buscar formas de exibir esses dados de maneira ilustrada, dinâmica e objetiva. Uma ferramenta gratuita e muito poderosa para esse tipo de visualização é o Google Data Studio, que permite a construção de dashboards para análise e exibição de conjuntos de dados. Neste artigo, traremos uma breve visão geral e algumas dicas que podem ajudar quem estiver interessado em conhecer mais sobre essa ferramenta.

1. Adicionando dados

O Google Data Studio é capaz de carregar dados de uma variedade de fontes. Sua principal integração se dá com as ferramentas da própria Google, em especial o Google Cloud Platform (BigQuery, Google Cloud Storage e afins). Para quem não usa o GCP, uma boa opção pode ser carregar seus dados a partir de planilhas do Google.

Algumas das fontes de dados aceitas pelo Data Studio. Há opções disponibilizadas pela Google, bem como por terceiros.

Neste artigo, vamos utilizar esta planilha (adaptada desta base disponibilizada no Kaggle), contendo dados sobre Pokémons. A planilha inclui uma lista de todos os Pokémons das 8 gerações, junto aos seus tipos, estatísticas e URLs para imagens de cada um.

Para importar os dados da planilha, devemos criar um novo relatório em branco, selecionar o Google Sheets como fonte e escolher a planilha desejada, como mostra a imagem abaixo. Ao clicar em Adicionar, seu dashboard será criado, contendo apenas uma tabela gerada automaticamente. A planilha importada é referenciada como uma origem de dados. Ao todo, temos 11 campos, sendo alguns dados textuais (nome, número e tipo) e outros numéricos (as estatísticas: ataque, defesa, velocidade, total).

Processo para importar uma planilha do Google como uma origem de dados.

Em adição aos dados obtidos da planilha, podemos criar campos personalizados. Isso pode ser feito através de uma edição da origem de dados. Os novos campos são calculados a partir dos existentes, através da definição de uma fórmula (ou query, em uma sintaxe bem similar ao SQL). No exemplo a seguir, utilizaremos a função IMAGE para transformar as URLs em imagens, permitindo a visualização dos Pokémons.

Adicionando um campo personalizado através de uma query, e visualizando posteriormente o campo criado junto aos demais dados importados.

Além da criação de campos personalizados, o Data Studio oferece a possibilidade de combinar fontes de dados, de forma análoga a um JOIN de duas tabelas em SQL. Assim, você pode escolher a melhor maneira de manipular seus dados para exibição.

2. Construindo visualizações

Com os dados carregados, podemos seguir para a visualização. O Data Studio possui diferentes elementos gráficos para visualização de dados, como gráficos de barras, linhas, dispersão, pizza, mapas e tabelas. Falando sobre tabelas, elas são o único elemento capaz de exibir os campos em formato de imagem. Escolhi utilizar uma tabela com mapa de calor para exibir os dados de cada Pokémon junto a algumas estatísticas. As cores representam a intensidade de cada métrica, portanto, quanto mais intensa a cor, mais forte é o Pokémon naquele aspecto específico.

Usando uma tabela para exibir dados textuais, métricas numéricas e imagens.

Os elementos gráficos podem também ser utilizados como elementos de controle, ou seja, ao selecionar uma opção, todos os outros gráficos se ajustam para exibir apenas os dados correspondentes à opção clicada. Isso pode ser feito através de uma simples configuração do gráfico, denominada aplicar filtro. Dessa forma, você aumenta a interatividade do seu dashboard, permitindo que o usuário focalize apenas a informação que o interessa. Essa também é uma excelente maneira de deixar algumas métricas mais explícitas, o que facilita muito a compreensão dos dados.

Para testar essa funcionalidade, criei um gráfico de pizza representando o número de Pokémons por tipo, e o utilizarei como filtro para a tabela criada anteriormente. Assim, se selecionarmos a fatia correspondente ao tipo Água, a tabela exibirá apenas os Pokémons que são deste tipo.

Utilizando um gráfico para filtrar os dados exibidos nos demais elementos do dashboard.

3. Exercite sua criatividade!

Como vimos nos exemplos, os elementos gráficos do Data Studio são muito versáteis. Eles também são muito customizáveis: você pode selecionar cores, alinhamento do texto, ordem de exibição dos dados, posição das legendas, dentre vários outros aspectos.

Além da personalização dos elementos gráficos, você também pode customizar o relatório em si, incluindo temas, fontes e diversos outros elementos visuais. Experimente diferentes cores, fontes e visualizações! Dessa forma, você poderá criar dashboards cada vez mais interessantes e funcionais, o que com certeza será muito útil para compartilhar análises e conclusões com seu público-alvo (sejam eles clientes, gestores, orientadores etc.). Para auxiliar nesta tarefa, o Google disponibiliza uma galeria de modelos, que podem servir de inspiração ao criar seus dashboards.

Quer um exemplo? Fazendo uso de diferentes gráficos, configurações e ajustando os elementos no relatório, criei esta simples Pokedéx para exibir de forma mais dinâmica os dados dos Pokémons. Ao selecionar um Pokémon na lista, visualizamos detalhes como o nome, número, imagem, seus tipos e suas estatísticas!

Visualização da minha Pokédex, construída a partir do uso e customização de diferentes elementos.

4. Resumo

Neste artigo, vimos em linhas gerais alguns recursos do Google Data Studio, uma ferramenta gratuita para visualização de dados em dashboards interativos. Alguns pontos que exploramos:

  • como importar dados de diferentes fontes;
  • possibilidade de criar novos atributos com base em campos já existentes;
  • algumas visualizações disponíveis e suas funcionalidades;
  • exemplos para inspirar você a usar a criatividade.

No mais, espero que essa breve introdução tenha sido útil para você, e caso queira compartilhar suas aventuras no Data Studio, deixa um comentário aqui!

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