Fotógrafo e professor do ensino fundamental da rede pública tem seu trabalho exposto no Museu do Negro e da Cultura em Porto Alegre

Giovanna Rosito
Comunicação Socioambiental
3 min readDec 8, 2022

Luís Pedro da Rosa Fraga é autor do livro “20 poemas para novembro” e ganhou o prêmio de melhor fotografia pela Associação Satélite Prontidão.

Luís Pedro da Rosa Fraga lendo seu poema no Podcast realizado pelo projeto de extensão — Crédito: Larissa Schöntag

Por Giovanna Rosito e Larissa Schöntag

N a noite desta quarta-feira, 07/12, o professor, orientador educacional e fotógrafo Luís Pedro da Rosa Fraga foi o entrevistado pelas crianças da ONG SUVE, localizada no bairro Mário Quintana e pela estudante de jornalismo Larissa Schöntag. O projeto é realizado todas as semanas nos estúdios de rádio e áudio do Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) durante a extensão “Comunicação Socioambiental” que tem como objetivo dar voz à comunidade localizada em torno da faculdade.

Luís Pedro é formado em pedagogia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, fez história ao se tornar o primeiro professor negro e homem da Escola Estadual de Ensino Médio Alcides Cunhas a dar aula de alfabetização para os anos iniciais além de atuar como orientador educacional do ensino médio no período noturno. Luís é fotógrafo premiado e reconhecido na área, trabalha na cobertura de imprensa em diversos eventos culturais realizados em Porto Alegre e região metropolitana e com o grupo ‘Tamo Junto’ faz a cobertura do carnaval porto-alegrense.

Uma de suas maiores conquistas no ramo da fotografia foi o prêmio que ganhou em 2021 pela Associação Satélite Prontidão. A foto ganhadora, relata o artista, foi um autorretrato que produziu às pressas na casa de cultura Mario Quintana e enviou no último dia de inscrição do concurso. A temática foi inspirada na comemoração dos 50 anos do mês da consciência negra, e seu autorretrato ganhou com mais de 58% dos votos válidos do público.

Em meados de 2017, no conselho municipal de cultura de Porto Alegre, começou a surgir a ideia de criar o Museu do Negro e da Cultura na capital. O planejamento foi idealizado pelo ex-vereador e ex-jogador do Grêmio, Tarciso Flecha Negra, com o objetivo de valorizar a cultura e os povos negros. Tarciso faleceu em 2018 em decorrência de um tumor ósseo. Em 2019, o projeto deu continuidade e Nara Marques, que era assessora de Tarciso e antiga estagiária do Luís Pedro, convidou o professor para expor suas obras no museu que ainda não possui lugar físico.

Luís convidou outros 3 artistas negros que nunca tiveram a oportunidade de mostrar ao grande público seu trabalho. Cada autor realizou quatro peças de arte para a exposição. Seus trabalhos foram exibidos na Câmara Municipal de Porto Alegre, no museu Júlio de Castilhos e na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, onde Luís foi sozinho e as produções artísticas foram adaptadas.

Atualmente, tem se dedicado à divulgação do seu livro de poesias, em parceria com outros 15 poetas, o ’20 poemas para novembro ‘, criado para homenagear o dia da consciência negra e os trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde. Luís escreveu 2 poemas, um sobre a África e o outro sobre a data emblemática que está presente na capa do livro.

“Satélite Prontidão

uma explosão cultural repleta de emoções

cultura negra em movimento,

memória eternizada por muita gente preta

Uma negritude empoderada resistente ao seu tempo

tanta história vivenciada num contexto social

protagonismo negro

Negritude, ancestralidade com força de expressão cultural na trajetória

ao longo de sua distinta história de existência

120 anos

produzindo e potencializando o protagonismo da memória cultural

Identidade cultural,

um espaço afrocentrado para as suas manifestações distintas no contexto social

Um eterno griô, espaço cultural, negro em movimento.”

Luís Pedro da Rosa Fraga em 20 poemas para novembro.

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