4 revelações sobre Marcas de Valor e o Sucesso dos seus Negócios

Gisele Medeiros
Comunica de Boa
Published in
6 min readJan 22, 2017

Hoje vamos falar sobre marca, desmistificando algumas coisas e entendendo porque achamos algumas marcas fantásticas e outras nem tanto. Além disso vamos entender porque uma marca bem pensada vai fazer o seu negócio bombar. Este texto serve para você fazer uma reflexão sobre a marca da sua empresa ou do seu projeto e para entender alguns conceitos básicos que vão fazer toda a diferença caso esteja pensando em criar a sua. Vamos lá?

A primeira coisa que precisa ficar clara pra você é que marca é que nem gente. Ela é uma personificação de alguma coisa — uma ideia, um produto, um grupo de pessoas — e ela só faz sentido se conversa com este grupo. Então, revelação número 1: talvez uma marca não te pareça tão fantástica porque ela não é “alguém” do seu grupo de relacionamento. Ou seja, ela não é bem o “seu tipo de pessoa”.

Quando a gente cria uma marca, é como se estivéssemos criando a ideia de alguém. Essa pessoa tem uma personalidade, uma forma de se vestir (ou seja, os aspectos visuais da marca), um tom de voz (a forma como ela fala), alguns valores ou crenças (como esta pessoa é, no que ela acredita), uma história, e por aí vai. Você pode imaginar um indivíduo inteirinho, de cabo a rabo. Então comece a perceber que marcas estão dentro do seu contexto ou do seu núcleo de relacionamento e quais não. Você vai perceber pontos de identificação com elas e também porque não curte muito algumas outras.

E vai aí revelação 2: você pode achar alguma marca meio sem sal porque ela não conta essa história direto ou então não a conta inteira. Talvez ela não tenha sido pensada nessa profundidade e simplesmente saiu ali um logo (um conjunto de elementos visuais), mas não uma marca de verdade.

Esse negócio faz tanto sentido porque a gente se relaciona com as marcas como se elas fossem pessoas mesmo. A gente é assim… Você já percebeu isso? Nós falamos coisas do tipo:

  • Esse telefone parece que faz isso só pra me irritar!
  • Acho essa cafeteira tão antipática…
  • Esse jeans é guerreiro!
  • Meu computador fica melhor se deixo ele descansar um pouquinho.

Papo de maluco? Não, papo de gente, porque é assim que a gente funciona.

Então, saiba que tudo comunica na hora de criar e cuidar de uma marca. Se a gente estivesse falando de mega corporações eu diria que todo o ecossistema de marketing e comunicação deve expressar esses mesmos valores para que a coisa funcione.

Isso significa fazer milhares de pessoas dançarem conforme essa música, o que não é tarefa fácil.

No caso de pequenos negócios é a mesma coisa, mas a complexidade é bem menor para administrar.

Imagine que pessoa esquizofrênica seria se a toda hora ela mudasse de comportamento e de opinião. É isso que acontece quando você cria uma marca e define que ela será super próxima, carinhosa, acolhedora por exemplo e contrata alguém para trabalhar lá no atendimento que é a personificação da grosseria. O cliente sai dali com 2 percepções: ou essa marca é uma mentira ou é bipolar. Espero que ele opte pela alternativa dois, pois assim te daria uma segunda chance, torcendo para te encontrar outro dia num humor melhor.

Então temos aí revelação número 3: tudo no negócio é expressão da marca. A palavra-chave é consistência. A coisa só funciona direito se você combinar três fatores — a sua estratégia de negócio deve estar em sintonia com a sua estratégia de marca, que deve fazer sentido que a sua estratégia de comunicação. Complicado? Separa esse assunto num canto que em outro momento a gente fala dele.

Então, se marca é que nem gente, na hora de criar uma, nós temos que saber no detalhe que tipo de pessoa ela é, certo? Parece bem óbvio, mas muita gente não faz assim. Sai logo falando nas cores da marca, em estratégia de marketing, pedindo pra aquele amigo fazer um anúncio, sem parar para pensar no que é mais importante, e deve vir antes de tudo. Este tipo de decisão vai te orientar sobre que tipo de pessoa contratar (entrevista de cultura, papo para outro dia), que tipos de clientes você quer atrair (e especialmente que clientes você não quer), como vai ser seu ambiente físico, já que ele também expressa os seus valores (pode ser mais acolhedor, moderno, sustentável, enfim) e é claro, como será o seu produto ou serviço, já que ele é a expressão máxima e suprassumo dos valores da sua marca.

E isso me dá o contexto para a revelação 4: marca não é nada sem uma oferta clara de valor. Ou seja, não basta ser um rostinho bonito, tem que ter conteúdo. Não prometa o que não pode entregar ou não se apresente de forma diferente do que realmente é. Ninguém gosta de gente falsa, não é mesmo? Com marca é a mesma coisa. Marcas espetaculares tem produtos espetaculares. Entregam algo de real valor para ajudar as pessoas. Não precisa necessariamente superar as expectativas, mas você deve cumprir com a sua promessa, ou a promessa básica da marca.

E como se faz isso? Basicamente de duas formas:

Primeiro conhecendo muito bem para quem a marca foi feita. O famoso público alvo. Para poder oferecer algo a alguém você tem que saber primeiro quem é esse alguém não é mesmo? E não fique só nas coisas básicas, como sexo, idade, renda, localização.

Responda pelo menos de forma honesta e profunda qual é o real problema dessa pessoa que a minha marca vai resolver.

As outras coisas vão começar a pipocar depois que você se fizer essa pergunta. Porque ela tem este problema? Ela está passando pelo que na vida? Da onde vem este medo ou esta dificuldade? O que a deixaria muito feliz? E por aí vai. Pode parecer superficial demais pensar assim e talvez você pense ser necessária uma super pesquisa de mercado para chegar lá. Mas saiba que conversar com estas pessoas com a cabeça livre dos preconceitos e conhecimentos já será bem mais enriquecedor que muitas pesquisas e horas de leitura na internet.

E a outra receita para cumprir a promessa básica da sua marca é fazer muito bem feito o que se propor a fazer.

Ou seja, descubra o seu diferencial. Cada um de nós é único e tem um conjunto de habilidades difíceis pra caramba de copiar. Se marca é igual gente, é assim com ela também. Que conjunto de habilidades sua marca e seu negócio têm e que arrebentam? É aí que deve estar seu foco e seu cuidado para esta receita nunca desandar. Não deixe que com o passar do tempo esta habilidade se perca, porque sem um produto ou serviço bom não há marca que segure.

Resumindo, a gente viu que:

  • Marca é que nem gente, então temos que pensar nela de forma integral e contar esta história;
  • A personalidade dela vai te dar insights de como trabalhar o seu negócio como um todo;
  • É preciso conhecer super bem seu público e saber que problema dele sua marca vai resolver;
  • E por fim definir sua proposta de valor e fazê-la sempre muito bem-feita.

Bom, agora que você já deu o primeiro passo é hora de aprender a posicionar sua marca. Vamos falar de definir valores, tom de voz, personalidade e posicionamento. Mas isso é conversa pra um outro dia.

Quer encontrar outros conteúdos bacanas a respeito de comunicação e produtividade? Acesse: https://medium.com/comunica-de-boa

--

--

Gisele Medeiros
Comunica de Boa

Adoro falar de comunicação, produtividade, projeto de vida e em como inspirar ao máximo nosso potencial através de experiências, ideias e lugares bacanas.