Modelos Digitais, como trabalhar menos, ganhar dinheiro e ser feliz

Gisele Medeiros
Comunica de Boa
Published in
6 min readJan 22, 2017

Tim Ferris faz uma provocação tentadora em seu livro “Trabalhe 4 horas por Semana”. Não há quem não encontre seu lugar na tentadora proposta de trabalhar menos, fugir da rotina, ter total mobilidade pra viajar o mundo, e ainda, ficar rico. Este livro parece ser a solução. De fato não sei se o próprio Tim consegue esta façanha, mas já vi muita gente que tornou o sonho realidade através de projetos digitais e marketing de afiliados, mas não sem muita ralação.

O livro é um pouco antigo, e mesmo na versão revisada de 2016 ainda citam-se coisas como fax e secretária eletrônica. Ainda assim, acho que vale a leitura pelas dicas de produtividade e pela inspiração na linha do “você quer, você pode”. Para você que não quer ler as 415 páginas, aí vão os conceitos que para mim ficaram como os mais importantes, num resumo mega resumido:

1. A ideia é ganhar dinheiro sem muito trabalho, então a dica dele é escolher um único produto (serviço requer mais atenção, trabalho personalização e presença), oferecê-lo em poucas versões (uma básica e uma premium). Não ofereça várias opções de transporte, cores, tamanhos, etc. Prefira produtos mais standards e simples.

2. Na hora de escolher seu produto pense nas coisas que você já é, já foi, faz ou gosta. Seja um membro do seu mercado alvo.

Se você já foi um estudante, sabe como é ser um, quais os perrengues e necessidades para criar um produto mais próximo do seu público. É questão de empatia. Se seu hobby é pescar, provavelmente será mais fácil ter uma ideia de produto e escrever sobre algo que você sabe fazer, gosta e conhece bastante gente que gosta também para lhe ajudar com insights. Criar algo em uma área nova para você exigirá muito mais tempo e esforço para seu desenvolvimento.

“Objetive ser o maior, o melhor ou o primeiro em determinada categoria”, sendo a última opção a melhor, diz o autor.

3. Precificá-lo com boas margens. A ideia é fugir da estratégia de preço baixo, que faz com que você tenha que vender grandes volumes para alcançar a receita desejada.

Além disso, preço baixo atrai competidores que querem canibalizar o mercado, produzem guerras de preço que consomem as margens e logo deixam todos pobres. Procure algo de qualidade realmente superior e utilize preços de 8 a 10 vezes maiores que o custo, ou seja, um produto com preço de venda de 100 dólares não poderá custar mais do que algo entre 10 e 12,50 dólares. Infoprodutos são ainda mais lucrativos, pois tem custo de produção mais baixo e são mais difíceis de ser copiados.

4. Antes de fazer um mega esforço para lançar seu produto faça um teste.

Não pergunte quem estaria interessado em seu produto, pois as intenções nem sempre se concretizam na vida real e os amigos tendem a querer agradá-lo ou ajudá-lo, mas na hora do vamos ver não é bem assim. Crie uma página de compra na Internet e ao chegar ao carrinho não finalize a compra, informando que em breve o produto estará no mercado. Assim defini-se a real intenção de compra. Teste também a conversão de diferentes anúncios (Google Adwords), com um pequeno investimento, alterando as chamadas para avaliar sua aceitação. Exclua os anúncios de baixo resultado.

5. Utilize o meio digital para a venda, criando um modelo de negócio totalmente automatizado.

Ou seja, que não precise de você para funcionar. No início sua interação será maior, respondendo aos clientes, avaliando a aceitação do produto e encaminhando as entregas, mas assim que estabilizado automatize tudo. Da produção à entrega e atendimento. Existem várias ferramentas digitais para apoiar neste trabalho, como um e commerce bem feito, com um operador de pagamentos eficiente, uma página de FAQ bem construída (hoje um BOT seria uma boa ideia) e envio automático dos pedidos ao produtor e operador logístico.

Porém “nunca automatize nada que possa ser eliminado, e nunca delegue algo que possa ser automatizado ou dinamizado”.

6. Ele é um grande defensor da terceirização, para tudo.

Desde contratar um assistente pessoal indiano para resolver simplesmente tudo na sua vida até terceirizar o serviço de 0800 do seu site. Além disso indica uma série de ferramentas para tornar a vida mais simples. Para gerenciar e-mails, ligações telefônicas, reuniões e tudo mais que seja um consumidor de tempo, sem criação de valor. É tentador…

7. Ele lembra também sobre a importância de escolhermos nossos clientes, deixando para lá os maus clientes (que são chatos, fazem mil perguntas, falam mal do seu produto, geram um trabalho hercúleo e deixam um baixo resultado) e focar em poucos e bons.

Faça um estudo 80 / 20 para escolher quem vai e quem fica. O cliente deve ser encarado como um parceiro comercial, “não como um ser humano abençoado que deve ser agradado a qualquer custo”.

8. Aprenda a valorizar seu tempo, “foque em ser produtivo em vez de focar-se em estar ocupado”.

Pare de viver em função dos seus e-mails (ele dedica 1 hora por semana para esta tarefa), dê às pessoas autonomia para resolver os problemas com responsabilidade e sem depender de você. Fuja das reuniões o máximo possível e cumpra sua agenda antes de tentar salvar o mundo e ajudar todo mundo. Faça com que as pessoas entendam que seu tempo é precioso, e se querem mesmo sua atenção terão que esperar um pouquinho. Ele dá várias dicas neste sentido e inclusive ensina como escapar do escritório e conseguir uma “licença” com o seu chefe para trabalhar remotamente.

9. Por fim, viva a vida com pequenas aposentadorias.

Esta é minha parte preferida. Pensamos na aposentadoria de uma forma equivocada hoje, pois trabalhamos a vida inteira para gozar de um descanso com maior qualidade de vida numa fase em que já não temos o mesmo gás para fazer tudo aquilo que sonhávamos em fazer. Além disso, todo àquele valor aplicado na sonhada aposentadoria se transforma em quase nada lá no futuro. Ele defende sim a ideia de termos uma reserva guardada (no caso dele optou por fundos de pensão, como uma alternativa para o caso de tudo dar errado, como um seguro de vida) mas não espere para desfrutar da vida lá na frente.

“Eu agora planejo um mês de passeio em algum lugar do mundo ou treinamento de alta intensidade (em tango, luta ou alguma outra coisa) para cada dois meses de trabalho”. Nada mal, hein?

E então? Gostou das ideias? Se você tem uma vontade absurda de viver a vida mais intensamente, de ser e fazer mais, tome o controle da situação. Comece listando as ideias e monte um plano para colocá-las em prática. Não será fácil, por isso dê pequenos passos todos os dias. Não importa o quanto você caminha, mas sim se seus passos são consistentes e na direção certa. Olha só o que o Mark Twain diz sobre isso:

“Toda vez que você se encontrar do lado da maioria, é hora de parar e refletir”.

Acho que ele tem razão, e você?

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Gisele Medeiros
Comunica de Boa

Adoro falar de comunicação, produtividade, projeto de vida e em como inspirar ao máximo nosso potencial através de experiências, ideias e lugares bacanas.