Olha esse tom menino! Como a estratégia de conteúdo vai diferenciar sua marca das outras

Gisele Medeiros
Comunica de Boa
Published in
5 min readJan 22, 2017

Você já parou pra pensar em quem anda falando em nome da sua marca? Você tem delegado esta função sem se preocupar muito com o que ela anda dizendo por aí? Pois eu te recomendo dar uma olhada.

Se ela tem valores, propósito e personalidade é através da comunicação que ela fala com as pessoas. Nos anúncios, na sua página na Internet, nas redes sociais, na moderação com o seu público, no atendimento telefônico, e por aí vai.

Se você fez todo um trabalho de estratégia e suou a camisa para criar um produto arrebatador e uma marca em quem as pessoas confiam, não pode deixar nenhuma ponta solta na forma dela se comunicar com o seu público.

O que você precisa fazer é definir o tom de voz da sua marca. E como se faz isso? Na verdade é bastante simples se você fez a sua lição de casa, conheceu mais a fundo o seu público alvo e definiu os valores da sua marca.

Vamos lá: se você definiu, por exemplo, que um valor é Confiança então o seu tom de voz poderá ser, por exemplo, seguro, firme e confiável. Se um valor é Alegria, o tom de voz será leve, descontraído, animado. Se um valor for Romantismo, o seu tom de voz poderia ser doce, suave e sentimental. E por aí vai. Faça o exercício elencando para cada um dos valores da marca que características ele emprega ao seu tom de voz. Pode usar quantos adjetivos achar necessário, até achar que chegou numa boa definição deste tom. Novamente vale a dica de imaginar que estamos falando de uma pessoa que tem aquele conjunto de valores e características.

Feito isso, para cada valor + características do tom de voz que você elencou, agora faça o exercício contrário e liste o que o tom de voz não é. Isso serve para você não errar na medida e não carregar demais nas cores. Vamos voltar ao nosso exemplo: para o valor Confiança você pode dizer que apesar de ter um tom de voz seguro e firme, a marca não é de forma alguma autoritária e carrancuda. Para o Alegria, a fala será leve e descontraída, mas jamais debochada ou cínica. No caso do Romantismo, está liberado um pouco de doçura e sentimento, mas o tom não poderá ser meloso ou infantil.

Nem preciso dizer que este tom de voz está muito associado ao jeitão do seu público, não é? Para te inspirar é sempre bom ver como ele se comunica, pois a marca será alguém do círculo de relacionamento dele, e é preciso rolar uma identificação. Se for um engenheiro dê uma olhada nos fóruns que ele participa, se for uma mulher que acabou de virar mãe veja os posts dela nas redes sociais, sonde os termos, o grau de informalidade, os cacoetes e tudo que possa enriquecer o vocabulário da sua marca.

Feito isso você parte para o próximo passo, que é uma lista de termos ou palavras que devem estar presentes nos seus materiais de comunicação. Defina como você vai se dirigir quando falar com o seu público, por exemplo: profissional, fera, campeão, especialista, empreendedor, diva, amiga, enfim, como alguém se relacionaria sendo autêntico e não invasivo. Sinta o terreno para ter certeza de que o seu público realmente vai gostar de ser abordado daquela forma.

A ideia é que ele se sinta valorizado e próximo. Vale fazer alguns testes antes de adotar de vez esta ideia e sentir a recepção.

Depois liste uma série de palavras que devem estar presentes nos seus textos, dando maior peso às mais importantes. Ou seja, faça uma espécie de glossário com todas as palavras que expressem na veia o propósito, os valores e os benefícios do produto. Pode parecer besteira, mas é isso que separa uma comunicação que vende mais ou menos de uma matadora.

Se você tiver públicos diferentes vale fazer uma tabelinha listando estes termos e tom de voz para cada um. Você pode ainda definir para cada público uma intensidade ou um peso deste tom de voz ou da comunicação em si.

Vou te dar um exemplo: vamos supor que você tenha uma marca de Lingeries, que durante todo o ano conversa com a mulher / consumidora (público 1), com as vendedoras das lojas (público 2) e com o marido ou namorado dela no dia dos namorados e outras datas comemorativas (público 3). Um dos seus valores de marca é Romantismo. Quando você fala com a consumidora a intensidade deste valor é máxima, já que ali você vai explorar todo este potencial. Quando fala com vendedora a intensidade é média, porque a marca continua romântica, mas o foco ali serão alguns atributos mais técnicos dos produto que vão ajudá-la a vender (por exemplo um produto sem costura que deixa o toque ainda mais gostoso e suave). Com o público 3, o namorado, a intensidade deste tom é baixa, porque o aspecto romântico não é necessariamente algo com que ele se identifica, então vamos ser suaves e doces, mas com parcimônia.

Dê exemplos de frases e exercite como a marca falaria de cada um de seus produtos para ficar registrado neste guia. Você pode preferir por exemplo usar o termo “benefícios” à “vantagens” que pode ter uma conotação negativa, e assim por diante. Registre todo este exercício no seu guia da marca, no capítulo “Estratégia de Conteúdo”.

Agora ficou chique hein!? Fazer isso vai te custar um tempo bem curto e vai fazer toda a diferença pro sucesso do que você vai comunicar. Consulte ele sempre!

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Gisele Medeiros
Comunica de Boa

Adoro falar de comunicação, produtividade, projeto de vida e em como inspirar ao máximo nosso potencial através de experiências, ideias e lugares bacanas.