JP encerra turnê pelo Triângulo Mineiro com show no Cachu Rock Festival
Festival acontece neste domingo (11), no Espaço Queda D’Água, em Araguari
Noite de 9 de março de 2018. Um gole de cerveja, dois dedos de prosa aqui, outra acolá. A previsão do tempo indicava chuva, mas a tempestade atingiria somente o interior daqueles que se juntavam por ali. À medida as pessoas chegavam, o calor humano aquecia. De repente, estávamos todos sob o som do mar, feito um surf music dos anos 60. Minutos depois, visitamos o indie rock dos anos 2000. Durante toda essa viagem ritmista, sem precisou sair do lugar. Estavam todos conectados ao show de JP e sua banda, no último show antes de estrear no Cachu Rock Festival, neste domingo (11), em Araguari.
Há alguns anos, mais precisamente em meados de 2011, JP começava a colocar na ponta do lápis cada devaneio que pernoitava pelo seu imaginário. Mineiro de Belo Horizonte, radicou-se em São Paulo, onde conheceu o ‘Mancha’, da Casa do Mancha. Dali, suas composições ganharam cor, ritmos, arranjos e sensações, com uma mistura de folk, pop, indie rock e texturas psicodélicas.
Entre diferentes jornadas, JP viaja em uma atmosfera bucólica sem ser triste, e sopra um clima de praia independentemente da proximidade com o mar. Tudo isso rendeu o primeiro disco solo, intitulado ‘Submarine Dreams’, produzido por JP e Leonardo Marques (Transmissor), e lançado em agosto de 2016.
A magia de Jack Chan
Essa semana, JP lançou o clipe da música “Jack Chan”, que integra o disco. O vídeo foi gravado durante o Carnaval de Belo Horizonte em 2018, de forma espontânea, como explica o artista. “Na verdade, foi uma ideia da minha irmã, que deu a ideia de gravar durante o Carnaval, e pensamos num esquema para fazermos. Basicamente, pedimos para as pessoas que encontrávamos cantassem algum trecho da letra, ou cantávamos juntos, e tudo isso virou um registro espontâneo que deu certo”, explica JP, que lembra da evolução da banda até então.
“Depois de formatarmos o disco, demos um gás maior em 2017, onde passamos por Uberlândia, Uberaba, Brasília Belo Horizonte, São Paulo, e pelo Festival Bananada, em Goiânia. Foi uma experiência muito boa, que deu uma força ainda maior e ampliou também nosso contato com outros artistas. Em 2018, estamos fechando esse ciclo”, completou.
Intercâmbio cultural
Antes do show deste domingo em Araguari, JP se apresentou no Laboratório 96, em Uberaba, e no Ovelha Pub Bar, em Uberlândia. Em ambas apresentações, a banda dividiu o palco com o grupo uberlandense Santa Pipe. Para o baterista Mancha, muito da evolução do projeto de JP foi proporcionado por meio de uma nova compreensão no que diz respeito à cena independente.
“Acredito que todos estão procurando um caminho de se consolidar com seu trabalho, fazer as bandas circularem, tocar e viver de música. É algo que não tem receita, mas que evoluiu quando os artistas passarem a perceber que é preciso somar forças. Precisamos estar juntos, e os grupos foram percebendo que isso também diz respeito à eles. No final das contas, tudo se solidifica e fortalecemos esse contato. Conhecemos o pessoal do Santa Pipe, tocaremos novamente com Mdnght Mdnght, e tudo isso é muito bom”, disse.
Novo destino
Apesar de já terem passado pelo Triângulo Mineiro, a apresentação deste domingo será a primeira em solo araguarino. Algo que, segundo Mancha, amplia ainda mais a rota de quem procura fazer a roda girar no cenário independente.
“O Cachu Rock Festival acontece numa cidade que por muito tempo ficou sem receber um festival totalmente independente, como esse. Agora, podemos fazer a rota Uberaba, Uberlândia e Araguari, que também tem a sua contribuição para a cena, suprindo essa demanda das bandas que pensam em subir para Minas, Goiás. A partir disso, qualquer banda que venha para Ribeirão ou para uma região próxima, já sabem que podem encontrar uma turnê completa no Triângulo”, destacou.
Saiba mais sobre o Cachu Rock Festival.
Assista ao clipe de ‘Jack Chan’
