Primeiro dia do Festival Cena Cerrado tem sucesso de público

Pj Godoy
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3 min readApr 10, 2018

Programação continua nesta terça-feira (10), com novas atividades gratuitas

Arte: Caramuru

Desde a infância, a arte do batuque já fazia parte do cotidiano do menino Jack Will. Sem condições de comprar um instrumento, o garoto fazia de cada utensílio de casa um ritmo em potencial. Sua primeira apresentação foi com um cajón emprestado. A primeira bateria rendeu dois anos de trocados arrecadados com o apoio da mãe. Hoje, é formado em Música pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e seu trabalho já foi visto por públicos de diversos cantos do mundo. Nesta segunda-feira (9), ele foi um dos destaques de uma mesa de debates na UFU-Campus Santa Mônica, que abriu a programação do Festival Cena Cerrado, evento que se estende até o dia 15 de abril com diversas atrações gratuitas em diferentes pontos da cidade.

Proximidade com o público

Totalmente gratuita, a atividade foi resultado de uma parceria entre o coletivo Cena Cerrado e a Diretoria de Cultura (Dicult-UFU). O evento mobilizou diversas pessoas, que se reuniram para discutir a promoção e a importância da cultura para quem precisa, sob a ótica geográfica e social, e traçar formas de levar a arte ao alcance de todos. Com experiências do samba ao jazz, da música erudita ao rock, o baterista Jack Will destacou a oportunidade vivenciada nesta segunda-feira.

“Vejo como uma continuação da busca pela cultura em todas as esferas da sociedade. Não é fácil produzir arte, e aos poucos vamos evoluindo. Um evento como este é fundamental, principalmente para trabalhar também a formação de público. Temos muitos artistas, mas é preciso ter mais diálogos como esse, interações para poder formar ainda mais gente interessada em ouvir coisas novas e saber o que está acontecendo perto delas”, disse.

Cultura como inclusão social

Quem também garantiu presença no evento foi o coordenador da Divisão de Promoção Cultural da Dicult-UFU, Carlos Alberto Haddad. Graduado em Educação Artística, Música e Arquitetura e Urbanismo, ele atribuiu a atividade como uma forma de difundir ainda mais as diferentes facetas do segmento cultural no município.

“Acredito que a cultura é fundamental em vários aspectos. A arte como um todo é um grande ingrediente para inclusão social, da cidadania, e a partir da interação das pessoas, da troca de ideias, percebemos o quão importante é toda e qualquer discussão que envolva o meio cultural”, destacou.

Democratização da cultura

Idealizador de festivais independentes como Jambolada e Udirock, Alessandro Carvalho também emprestou um pouco da sua experiência aos participantes. “Para mim, é algo de extrema importância, principalmente para difundirmos ainda mais a democratização da cultura. Tivemos alguns avanços nesse sentido no país e, apesar das dificuldades, muita gente tem se unido para fazer cultura e descentralizar do eixo Rio-São Paulo. Acredito que precisamos agora criar mecanismos que possam democratizar este acesso e fazer ainda mais cultura em locais diferentes”, disse.

A mesa de debates ainda foi completada pelo professor do Instituto de Geografia da UFU, Túlio Barbosa, e Arthur Rodrigues, idealizador do projeto e do Festival Cena Cerrado. Segundo ele, a atividade era uma vontade antiga, para que fosse pensada uma programação que, além dos shows, promovesse a inclusão e a reflexão por meio da difusão de ideias e experiências.

Programação continua

Com mais de 20 atrações gratuitas entre os dias 9 e 15 de abril, o Festival Cena Cerrado é uma realização do coletivo Cena Cerrado, com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do PMIC (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) e da Dicult-UFU. A programação completa continua nesta terça-feira (10), a partir das 19h, com uma mesa de debates sobre produção audiovisual no cenário independente na Sala Camargo Guarnieri, do Instituto de Música da UFU-Campus Santa Mônica.

Para conferir a programação completa, clique aqui.

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