A gaveta voltou a ser minha
Eu tirei todas as meias, a maioria era branca. Fui enchendo a mala. Tinham duas, Roberta emprestou mais três.
Tentei acomodar as meias dentro de um saco de pano para que não se espalhassem na bagagem. A jaqueta jeans ficou por cima.
Na casa nova, acomodei-as dentro do guarda-roupa de madeira que tinha ficado no apartamento. A gaveta quase encostava no espelho fixo na porta de dentro.
Outra mudança. As meias vão agora para a gaveta do guarda-roupa branco recém adquirido. Sache cor de rosa para odorizar aquele espaço.
A bagunça foi aumentando. Meias calças, meias comuns, peças intimas que deveriam estar na outra gaveta. Fui procrastinando a arrumação.
Final daquela temporada. Malas capengas, sacolas. Parte das meias, algumas sem seu devido par. Tinham também as cinzas, pretas, multicoloridas, brancas, as de nylon. Despejo-as sobre a cama, depois as embalo de volta para a mala vermelha.
João me recebe. As malas vão chegando aos poucos. Passo dias sem querer arrumar o armário. Um misto de ainda não sentir aquele espaço como meu de novo. Levo bronca. É hora de iniciar a organização.
Jogo um pouco de produto de limpeza dentro da gaveta. Acomodo as meias em fileiras. A antiga gaveta de meias é minha novamente.