ovelha.negra.tutu.indigo
Comunidade da Escrita Afetuosa
1 min readApr 29, 2024

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A MENINA INVISÍVEL
por ovelha.negra.tutu.indigo

Quero acreditar que já nasci escritora. Como a bailarina da caixinha de música. Gira. Gira. Rodopia sem receio. Sem tontura. Sem risco de queda. Apenas rodopia. Sua natureza rodopiar da forma mais assertiva. Sincera. E mais bela. Foi criada pra isso. [Ponto]

Quero acreditar que já nasci escritora. Na alma. Como a bailarina da caixinha de música.

Acreditar que a partir de agora posso me resumir e me deixar perder entre letras, emoções e conclusões. O que é afinal um texto, além de letras seguidas de letras, separadas por sensações, com uma pitada de alma?! O que seria eu sem me permitir isso?

É isso! Uma bailarina das palavras. Que fugiu da caixinha. Para experimentar novos ritmos. Longe das vozes que a aprisionavam em lugares de dor. Sem brilho. Sem bailado. Sem luz. Sem vida.

É isso que sou! Um amontoado de coisas. Vindas de tantas partes. Que agora se permite se reformular e se esparramar. Em forma de letras, sopros e pontos. Sem temer as quedas. Os julgamentos silenciosos. Os olhares inexistentes.

Ocupar espaço. O meu. Decido.

ovelha.negra.tutu.indigo

Registrada.

Não mais vive em vão.

Marcada na eternidade.

A menina invisível.

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