--

Arco-íris

Vivo no limite. Do que foi. O que virá. De olhos fechados, converso com o tempo. Sinto os momentos. As questões multiplicam-se. Tempo, momento, prazo. Não apenas sobre ir e vir, mas a duração da coisa toda. A finitude. Finitude me lembra o arco-íris que vi na semana passada. Foi o meu primeiro. Céu entre nuvens. Nuvens cheias d’águas. Entre um milésimo de segundo, eis que surge. Desenho pintando o céu. Sol escondido para vislumbrar. Não consegui desgrudar o olhar. Estava na BR. Como parar? Retinas fotográficas. Impresso nas páginas do peito para ver e rever quando quiser rebobinar.

Acho que tempo diz mais sobre nós do que imaginamos. Deve ser por isso que falam que arrumar guarda-roupa equilibra a vida. Não sei se equilibra, mas assim como tenho um gosto eclético por músicas, homens e poemas, também posso identificar na primeira gaveta. É onde guardo meus sonhos. Ao lado das calcinhas, biquinis, lenços de cabelos e saídas de praia. Você pode achar que o tamanho é infinito. Creio que (é porque) não os defino. Dobro e encaixo. Um por vez. Degustados e assimilados quando puder. Sonhos e biquínis deviam caber na mesma frase. Aquela que inicia com um salto, dá frio na barriga e se estende por toda a vida.

Maiex1

--

--

Michelli Pessoa Marinho
Comunidade da Escrita Afetuosa

Jornalista e Radialista. Escritora no @afetodeversos e @vozesdaescrita